O caminho é o da quarta revolução industrial, puxado pelo processo de digitalização empresarial. E o processo é rápido, como reconhece o CEO da UolDiveo, Gil Torquato. Foi consenso entre os palestrantes e participantes do evento Multicloud Summit, que chegou a quatro mil inscritos. Os próprios números deixam muito claro – o mercado de cloud movimenta hoje perto de U$ 300 milhões, contra um faturamento de U$ 9 bilhões do mercado de tecnologia. Mais que isso, o mercado brasileiro cresce a um ritmo seis vezes menor que o dos EUA. “Só depende da gente acelerar essa evolução e adoção”, afirma.
Nessa batizada jornada rumo ao digital, a estratégia adotada pela UolDiveo é a do multicloud, modelo em que assume toda a infraestrutura, com as mais diversificadas opções de tecnologia, e deixa na mão do cliente adaptar ao seu modelo de negócio, reforçando o que o brasileiro tem de melhor, criatividade. Torquato explica que o conceito “implica em oferecer a melhor solução em nuvem e deixar para o cliente a missão de focar única e exclusivamente em seu negócio, sem se preocupar com a estrutura de TI. Após diagnosticar as necessidades do negócio, nosso modelo de trabalho contempla desde a escolha das nuvens que melhor atendam às aplicações até a implementação e a gestão da solução, com otimização contínua. O suporte ao nosso cliente é fundamental”, complementa.
Seguindo o conceito de que o cliente deve escolher a melhor plataforma que se encaixa ao negócio, “sem nenhum preconceito”, como reforça Marcos Peigo, COO do UolDiveo, a empresa fechou parceria com os principais players globais de cloud como Amazon Web Services (AWS), Google Cloud Platform Latam e Microsoft Brasil, que falaram durante o evento, por exemplo. E a empresa disponibiliza também seus próprios desenvolvimentos. “Temos que investir em excelência para atender nosso grande cliente, o Uol, que tem uma demanda e necessidade muito grandes”, explica.
Mas, o caminho, nesta jornada, deve ser realizada com muita consciência, como aconselha Cássio Dreyfuss, research VP do Gartner. “Não precisa correr atrás de modelos para seguir. Construa o seu próprio. Mas o faça com objetivos muito bem traçados e definidos e evite mudanças de percursos”, reforça. As empresas precisam “sair com segurança de onde estão para chegar aonde querem ir com eficiência”.
O consenso, ou conselho, é que as empresas devem chegar a um modelo híbrido, mantendo muito das ferramentas que já utilizam, e têm sucesso, para a adoção de novidades em muitas áreas e atividades. E nesta jornada, de acordo com eles, o modelo do multicloud é o caminho natural. “As empresas podem até optar por manter em casa o que quiserem, seja por cultura ou por justificativa de investimento. Mas o caminho do futuro, rumo à empresa digital, chega ao multicloud”, destaca Peigo. E, neste cenário, disponibilizar o máximo de tecnologias de mercado, é o ideal. “Quem vai escolher o que melhor se adapta ao seu negócio é o cliente”, completa.
Entre as apresentações dos parceiros, Fabio Andreotti, head da plataforma Google Cloud para a América Latina, reconhece que “não há outra saída que não seja ir para a nuvem”. Por essa aposta, ele comenta que o Google investe para facilitar a utilização de suas ferramentas e para desonerar as equipes de TI das empresas e que permita agilidade. “A informação, em tudo que fazemos, é o foco mais importante. E tem que ser para o cliente otimizar o seu negócio”, diz. Ao apresentar algumas das últimas novidades da empresa, como sistema de tradução, reconhecimento de imagens e voz e de interpretação de texto, ele destaca que todas de alguma forma já estão em operação, customizadas pelos próprios usuários. Ele lembra o case da Progressive, uma seguradora americana, que usa as informações de estilo de dirigir dos motoristas para fazer ofertas de descontos, por exemplo. E de um callcenter que utiliza o reconhecimento de voz para monitorar os operadores na atenção ao cliente. “Se for identificada alguma necessidade de apoio ao operador, a ferramenta alerta e ele recebe apoio de um superior”, descreve.