O consumo nas diferentes gerações



Enquanto os consumidores mais velhos optam pela contratação de seguros, principalmente de carros, os mais novos, com afinidade maior com a tecnologia, buscam adquirir serviços de telefonia. É o que revela estudo inédito da Serasa Experian que aponta as diferenças de consumo de crédito e serviços entre as gerações no Brasil. O levantamento considerou cerca de 1 milhão de consultas realizadas pelas empresas de todo o país na Serasa Experian no primeiro semestre de 2012. “A apresentação por gerações contribui para se distinguir hábitos de consumo. Nesse momento de alta inadimplência e de estímulos ao consumo, compreender a atitude do consumidor é determinante para as empresas”, conta Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian.

 

Os consumidores foram divididos em quatro grupos no estudo: os Veteranos, nascidos até 1945; os Baby Boomers, de 1946 a 1965; a geração X, de 1966 a 1977, e a geração Y, a partir de 1978. No total de demanda de crédito e contratação de serviços, a geração Y corresponde a 38,7%; a X a 28,6%; os Baby Boomers a 27,5% e Veteranos a 5,2%. Na análise por segmento (bancos e financeiras, varejo e serviços, telefonia, seguradoras, serviços básicos), a demanda por crédito em instituições financeiras está em primeiro lugar em todas as gerações.

 

Na comparação entre Veteranos e Baby Boomers, a diferença de hábitos consumo é bem distinta. Para os Veteranos, as seguradoras ocupam o segundo lugar, com 21,2% de suas contratações de serviços, sendo 95% para automóveis. Esta geração valoriza a segurança e a proteção do patrimônio. Os Veteranos nasceram em uma época de conflitos mundiais e de instabilidade política no Brasil. Cresceram em um período em que o crédito era reduzido e se restringia a poucos financiamentos de imóveis. Ter uma propriedade era seu sonho de consumo. No estudo da Serasa Experian, eles também são os que consomem mais serviços básicos (8,4%), considerando que passam o tempo todo em casa.

 

Já para os Baby Boomers, a telefonia está em segundo lugar na tabela acima, mas é seu principal serviço contratado, diante da dependência pela telefonia móvel e acesso à internet. Esta geração é de um período de redefinição dos valores tradicionais, composta por indivíduos que passaram por um reposicionamento político mundial (a Guerra Fria) e, no Brasil, experimentaram escassa oferta de crédito em sua chegada à vida adulta. Hoje, apreciam o estilo de vida, fazem planejamento de longo prazo, e entre suas preocupações de consumo estão formar ativos para aposentadoria, tais como imóveis e carros, além de ter um bom plano de saúde. Como muitos desta geração ainda trabalham, as demandas dos Baby Boomers junto ao varejo e serviços representam 20,5% do total e estão mais próximas das verificadas nas gerações X (21,1%) e Y (21,7%) do que nos Veteranos (19,5%).

 

A geração X, que viveu crises econômicas e hiperinflação nos anos 80 e experimentou, já adulta, a introdução de tecnologias no seu dia a dia, apresenta seu segundo maior volumes de busca por crédito em varejo e serviços (21,1%). Em terceiro lugar estão os serviços de telefonia (18,5%), por conta da TV por assinatura, planos de telefonia móvel e de internet. É um grupo que conta com uma amplitude maior de consumo (hipoteca da casa, carro, férias, por exemplo), e geralmente não paga seus gastos à vista. Por esse motivo, também busca crédito em bancos e financeiras (32,2%).

 

No caso da geração Y, a telefonia é o destaque de consumo, com 22% de suas demandas por crédito e serviços. Nada mais lógico para a primeira geração que cresceu com computador em casa e ao lado das novas tecnologias, como os smartphones, e que vive na era das redes sociais. São jovens brasileiros que chegaram à idade de consumo com a economia estabilizada e com o crédito em expansão. Eles buscam facilidade de pagamento, não são apegados a marcas e muitas vezes guiam suas escolhas de consumo pelas mídias sociais.

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