Na era do conhecimento, um dos principais desafios das organizações é atrair pessoas de talento. Hoje, praticamente todo executivo reconhece a importância de ter indivíduos de alta criatividade e capacidade de inovação na equipe. Mas apenas atrair talentos não basta. É preciso cultivar um ambiente favorável que inspire os profissionais a atingir todo seu potencial e que gere valor e riqueza para todas as partes interessadas no sucesso da organização.
O próprio Bill Gates sempre buscou os melhores programadores do mercado para desenvolver seus produtos, fator essencial para o sucesso da Microsoft. Esses profissionais, e os de tantas outras empresas de sucesso, são os executivos empreendedores. Pessoas brilhantes, criativas e inovadoras que constituem o recurso mais escasso e importante para as empresas do século XXI.
Os executivos empreendedores criam novos projetos, arriscam, revolucionam e fazem diferença no mundo dos negócios. Afinal, todos os recursos e sistemas do mundo são inúteis se não houver gente capacitada para gerenciá-los. Porém, é preciso que as organizações saibam liderar os executivos empreendedores se quiserem desenvolvê-los e aproveitar esse diferencial competitivo.
Algumas características comuns aos empreendedores tornam difícil sua gestão e nem todo líder está capacitado para conduzi-los. Em primeiro lugar, um executivo empreendedor não gosta de receber ordens. O gestor que tentar levar o empreendedor a fazer algo que ele não concorde provocará sua saída da organização. Estamos falando então de um novo perfil de líder, alguém capaz de inspirar criatividade, algo muito diferente do gestor tradicional.
O novo líder precisa conhecer as características mais comuns do empreendedor. O empreendedor conhece seu valor, entende do negócio e da organização, ignora a hierarquia, é pouco resistente ao tédio e geralmente não mostra gratidão. Seu foco está nas atividades que realmente agregam valor e trazem resultado para a organização. O empreendedor não tem interesse em processos burocráticos, metódicos, que não se traduzem em grande melhoria de performance.
É preciso compreender que esses profissionais são diferenciados e, por isso, querem ser tratados de forma diferenciada. Assim, o líder de executivos empreendedores deve ser um gestor benevolente e dar espaço para que o empreendedor possa se desenvolver na empresa.
Bill Clinton, que dirige a London Business School, afirma que “é preciso ajudar os mais brilhantes a entender que sua inteligência não significa que podem fazer outras coisas. É bem possível que esse pessoal superestime o próprio domínio de outras áreas. Logo, o líder deve mostrar que tem competência para ajudar”.
Uma vez estabelecida uma relação de respeito profissional, outro desafio do líder é estabelecer uma relação de confiança. O executivo empreendedor quer se sentir seguro para trabalhar de forma independente, sem perder a interdependência que tem com seu gestor e com a empresa. Isso só é possível em um ambiente de credibilidade, onde é possível acreditar que suas idéias não serão utilizadas por outras pessoas e que seus conhecimentos em conjunto com o de outros indivíduos da organização proporcionarão resultados que não seriam alcançados se ele trabalhasse sozinho. Enfim, o líder capacitado para liderar executivos empreendedores proporcionará um ambiente favorável para o crescimento de uma empresa verdadeiramente inovadora.
Cláudio José Carvajal Jr. é coordenador do curso de Administração da faculdade Módulo.