Pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Ipsos-Opinion revela que apenas 20% dos consumidores brasileiros não pretendem fazer compras para uso próprio no Natal deste ano. Com relação à forma de pagamento, as compras parceladas predominam entre os bens de maior valor. Em 70 cidades de nove regiões metropolitanas foram entrevistadas mil pessoas. Roupas e calçados foram os itens mais mencionados espontaneamente como opção de compra, com 42% das respostas.
Para o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, a pesquisa informa “o desejo de compras” de acordo com a idade, grau de instrução e classe social do consumidor. “Uma pesquisa como esta nos mostra o que pensam as pessoas e baliza as expectativas de todo o varejo para o Natal, a data mais forte do comércio”, afirma.
Depois das roupas e calçados, os itens mais citados foram: DVD, por 10% dos entrevistados; telefone celular, por 6%; tevês e eletrodomésticos, por 5%; e geladeiras, fogões e viagens, por 3%. Considerando-se todas as opções, roupas e calçados continuam os mais lembrados, com 60% das respostas, seguidos pelo DVD, com 12%; e as viagens e cds, com 10%. Em seguida aparecem os perfumes, com 8%, superando o telefone celular e os eletrodomésticos, ambos com 7% das respostas.
Pagamento – A compra parcelada lidera a intenção para quem pretende comprar bens de maior valor. As respostas ultrapassam 80% entre os entrevistados que pretendem comprar TVs, fogões, eletrodomésticos e DVDs; e fica entre 73% e 80% para quem pretende comprar geladeiras, forno de microondas e telefone celular. Mesmo para as roupas e calçados o crediário ocupa 54% das respostas. Já entre quem pretende comprar jóias, perfumes, livros, cds e viagens a opção pelo pagamento à vista atinge 80% das respostas.
Análise – O presidente da ACSP explica que o consumidor brasileiro, em regra, tem baixa renda e somente consegue adquirir bens de maior valor pelo crediário. “Além disso, a massa salarial vem se recuperando lentamente, embora se espere crescimento mais acentuado no último trimestre, por conta dos reajustes salariais de importantes categorias em um período de inflação em queda”. Afif lembrou que o setor de vestuário teve seu movimento de venda nos últimos meses prejudicado pela temperatura, uma vez que o frio foi de curta duração e irregular neste inverno. A perspectiva mostrada pela pesquisa é a de que esse segmento do varejo deverá ter bom desempenho no final do ano e que o Natal se caracterizará pelos presentes de menor valor.
Outro dado interessante da pesquisa é que o telefone celular continuará a ser um item importante nas vendas natalinas, mesmo depois de três anos consecutivos de fortes demandas, o que pode ser explicado pelo lançamento de novos modelos, pela queda de preços dos aparelhos e a intensa campanha promocional das operadoras. Da mesma forma o DVD deverá apresentar bom desempenho, o que acaba ajudando na venda de televisores.