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Ciro Meireles, diretor da GlobalSign Brasil

O desenvolvimento da IA assusta ou gera expectativas?

Veja como a IA pode afetar positivamente o mercado de trabalho e beneficiar a cibersegurança, apesar dos muitos receios

Autor: Ciro Meireles 

Você confiaria na Inteligência Artificial (IA) para fazer o que por você? Essa parece uma pergunta muito simples, mas a resposta pode ser um tanto complexa, já que hoje em dia tais ferramentas têm sido cada vez mais aprimoradas e aplicadas em diferentes tarefas. Seu uso já tem se tornado comum em algumas funções laborais, como aponta o relatório de tendências de trabalho da Microsoft com o LinkedIn. Cerca de 75% dos 31 mil respondentes afirmaram que utilizam a IA Generativa no trabalho – no Brasil, o índice chega a 83%. Mas para além disso, em que mais a IA pode ser útil? Para desenhar o seu planejamento familiar? Para investir dinheiro? Ou, quem sabe, para escrever seus votos de casamento? E qual ferramenta você escolheria para isso?

O The Wall Street Journal (WST), de Nova Iorque (EUA), decidiu ajudar seus leitores quanto a essas questões e fazer uma “batalha” entre cinco famosas ferramentas de IA para descobrir a mais eficiente entre elas. Estiveram em combate: ChatGPT, conhecido por sua versatilidade e capacidade de lembrar as preferências do usuário; Gemini, que acessa o popular motor de busca para respostas em tempo real; Perplexity, um chatbot focado em pesquisa que cita fontes com links e se mantém atualizado;  Copilot, que utiliza a tecnologia da OpenAI e se integra com serviços como Bing e Microsoft 365; e o Claude, de uma startup socialmente consciente, criado para ser inofensivo. 

Após o experimento, o WST chegou às seguintes conclusões: poucos erros exorbitantes ou casos em que os bots inventaram coisas muito fora da realidade foram encontrados – os bots, na verdade, forneceram respostas bastante adequadas e evitaram controvérsias. Ou seja, a IA está cada vez mais factível e coerente em seus desempenhos. Seria esse um motivo de preocupação?

Considerando minha vivência no setor de tecnologia, reconheço o receio de muitos profissionais (não só da área, mas de muitas outras) quanto à possibilidade de substituição da força de trabalho humana pela IA. Na minha opinião, não vejo isso acontecendo em totalidade e acredito que o impacto gerado por ela no mercado de trabalho pode ser mais positivo do que negativo. Esse ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou uma análise em que cerca de 40% dos empregos no mundo serão afetados pelo avanço da IA. Em países desenvolvidos, a marca pode chegar a 60%. Ainda de acordo com os dados do FMI, dos empregos globais expostos à IA, metade deles vai se beneficiar com o uso da tecnologia, inclusive no aumento da produtividade. 

IA e cibersegurança

Acredito que a reflexão a respeito dos efeitos da IA nas rotinas de trabalho é necessária, já que trata-se de uma realidade próxima (mas não imediata) e que a capacitação profissional dentro das empresas é fundamental para coexistência humana e robótica. Mas não devemos esquecer de algo que também é fundamental em termos de IA: a segurança cibernética.

Nesse ponto, enxergo uma via de mão dupla. Tanto a cibersegurança é fundamental para as ferramentas de IA, quanto a própria cibersegurança pode se beneficiar muito das ferramentas de inteligência artificial para aprimorar suas funções. Sem dúvidas é um assunto que pode ser explorado com mais profundidade, mas destaco aqui, brevemente, algumas das principais vantagens na união delas: automação de tarefas repetitivas, agilidade na detecção de ameaças e coleta e processamento de dados.

Juntas, cibersegurança e IA podem ser uma dupla eficiente no combate às tentativas de golpes e fraudes. Para além das empresas refletirem sobre o uso da IA nas atividades dos seus colaboradores, bem como na capacitação deles para se adaptarem à introdução dessas ferramentas em suas tarefas diárias, acredito que também devam estar atentas aos mecanismos mais atualizados e sofisticados em termos de cibersegurança integrados à IA. Isso reforçará a segurança digital da organização e será mais um dos casos de uso positivos da inteligência artificial.

Ciro Meireles é diretor da GlobalSign Brasil.

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