O poder do cérebro

Algumas marcas parecem entrar na nossa mente de uma maneira tão forte que não conseguimos entender como ela chegou a esse ponto. Seja por bordões ou símbolos que ela expõe a todo instante, alguma marcas grudam como chiclete. Mas como exatamente isso acontece? Uma das explicações está no neuromarketing, um tipo de ferramenta da pesquisa com imageamento cerebral que pode revelar o que se passa dentro do cérebro do cliente. “Ao entender o funcionamento cerebral começamos a perceber como as marcas se registram em nossos cérebros, quais delas e como ficam em nossa memória e também qual é a relação emocional que temos com elas. E a partir de então podemos adotar padrões de comunicação que sejam efetivos para que uma determinada marca chegue lá”, explica Pedro Camargo, presidente do Instituto Brasileiro de Neurobusiness, IBRA, e professor de marketing e vendas em programas de pós-graduação.
As empresas que conseguiram, consciente ou inconscientemente, mexer com o cérebro do consumidor cavaram seu espaço no imaginário popular. Dessa forma, chegaram a um estado “mítico” para dominar todo um setor. Uma das maneiras de alcançar esse ponto é ativar o neurônio espelho. “Neurônio espelho é uma classe de neurônio que nos ajuda a criar empatia, nos colocar no lugar dos outros e sentir o que o outro está sentindo. Eles é que nos fazem chorar em filmes ou ficar tristes em livros ou ainda sentir medo em filmes mesmo sabendo que é ficção”, elucida o especialista.
Símbolos também são extremamente importantes nesse processo de influenciar o cliente. Não só as imagens, mas também uma música, um cheiro diferenciado, tudo que desperta os sentidos do cliente são importantes na hora de “pegar”. “Todas as nossas boas lembranças têm um cheiro, um som, uma imagem, um gosto. Com a marca não seria diferente. Mas é preciso saber influenciar os sentidos. Por exemplo, os homens percebem as cores de maneira diferente das mulheres e se você não souber disso pode errar”, alerta Camargo.
Apesar de essas técnicas serem muito úteis na consolidação da marca, ela ainda tem muito a crescer no Brasil, segundo Pedro. “Dizem entender o cliente e têm o foco nele, mas é preciso ter o foco do cliente e colocar-se no lugar dele, sentir o que ele está sentindo. O neuromarketing ainda é muito insipiente no Brasil, mas estamos começando a nos atentar”, diz.

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