O “velho” crediário ainda em alta


A pesquisa “O Brasileiro e o Dinheiro”, feita pela TNS InterScience, revelou que o produto financeiro mais utilizado pelo brasileiro de baixa renda continua a ser um antigo conhecido do varejo, o crediário em lojas. Na seqüência, aparecem o cartão de crédito e o empréstimo pessoal. “É interessante observar que, embora alvo de diversos anúncios publicitários e matérias na imprensa, o crédito consignado foi lembrado, de forma espontânea, por apenas 11% dos entrevistados, o que demonstra o baixo recall dessa comunicação e que há ainda um amplo caminho a ser percorrido para se criar uma conscientização sobre este produto”, avalia Acosta.

Quando direcionada para os principais anseios desse público, a pesquisa indica o cartão de crédito como o produto financeiro mais desejado por aqueles que não o possuem. “Essa revelação mostra que, além de sua utilidade como instrumento de crédito, o chamado dinheiro de plástico também funciona como símbolo de inclusão social, na medida em que seus portadores são vistos como pessoas dignas de crédito e, conseqüentemente, de confiança”, explica o diretor da TNS InterScience. Do total da amostra, 19% declararam interesse em possuir um cartão de crédito. O cheque especial, com 13% das preferências, vem em seguida, à frente do financiamento de imóveis (7%) e do crediário em lojas (6%).

Outro produto com perspectiva de crescimento detectada pelo estudo é o empréstimo pessoal. Embora utilizado por apenas 3% da população relativa dessa faixa de renda, ele surge como a primeira opção quando se questiona o tipo de crédito preferido por esse público, em situações de emergência. Nessa circunstância seria a primeira opção de 46% dos entrevistados, comprovando sua potencialidade. Uma das razões para essa preferência é a baixa burocracia associada à concessão do empréstimo.

A pesquisa quantitativa constatou que, à exceção de produtos tradicionais do sistema financeiro – como conta corrente e poupança -, a penetração de modalidades como crédito consignado, empréstimo pessoal, consórcios e financiamentos é muito baixa nessa faixa da população. “O indicador mostra que há uma grande oportunidade para o desenvolvimento de novos produtos de crédito nesse segmento”, observa Hugo Acosta, diretor de Planejamento e Atendimento para o Segmento Financeiro da TNS InterScience. “E esse potencial é ainda maior na medida em que 47% da população brasileira não utiliza produtos ou serviços bancários”, acrescenta.

O consumo e o consumidor – “O Brasileiro e o Dinheiro” é o tema do novo estudo da TNS InterScience, empresa do segmento de pesquisas Ad Hoc (feitas sob encomenda), que tem o objetivo de entender como o brasileiro se relaciona com o dinheiro e os efeitos desse comportamento no consumo. Estruturado em módulos, que se estenderão até o segundo semestre de 2006, o estudo pretende revelar como a classe média, a população de baixa renda e os jovens lidam com questões como dívidas, administração do orçamento e investimentos.

Concluído em setembro, o primeiro módulo, “A Baixa Renda e o Crédito”, analisa a relação entre o segmento de baixa renda e o crédito popular, enfocando três questões básicas: as linhas de crédito mais conhecidas desse público, as que são mais utilizadas e os motivos que levam à realização de empréstimos no mercado. A partir de entrevistas realizadas com 456 pessoas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, dos sexos masculino e feminino, com idades entre 21 e 55 anos e renda mensal de até cinco salários mínimos.

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