O setor Têxtil e de Confecção brasileiro é o quarto maior do mundo na produção de vestuário, emprega cerca de 1,7 milhão de trabalhadores diretos e faturou US$ 60 bilhões em 2010. Com o objetivo de compreender melhor o cenário atual desta indústria, que enfrenta crescente concorrência de produtos vindos da Ásia, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) acabam de concluir a Pesquisa sobre Usos, Hábitos e Costumes do Consumidor Brasileiro de Vestuário. As instituições acreditam que, ao mapear os novos padrões de consumo, será possível traçar estratégias mais acertadas, o que possibilitará uma vantagem competitiva frente aos importados.
O estudo identificou os principais hábitos dos consumidores e a existência de uma forte relação deles com a moda. Algumas características presentes nas peças de vestuário e artigos de moda foram consideradas muito importantes no momento da compra: conforto, bom preço, qualidade e durabilidade. Também foi identificada uma grande demanda de consumo interno decorrente do crescimento econômico. A questão da aquisição de produtos têxteis e de confecção pela internet também foi trabalhada no estudo.
De acordo com a pesquisa, as mulheres são as maiores responsáveis, com participação de 84,6%, pela escolha de peças de vestuário/artigos de moda para si próprias ou para membros da família. A frequência de compra de peças de vestuário/artigos de moda é de uma vez por mês para 37,7% dos entrevistados e a cada três meses para 30,4% dos consumidores;
Além disso, o estudo também idenfiticou que as lojas de rua são o local preferido para compra de 56,2% dos entrevistados, sendo que quanto mais jovem o consumidor, maior a preferência pelas compras em shoppings. E que o dinheiro ainda é a principal forma de pagamento utilizada para comprar vestuário/artigos de moda, com 56,4% das preferências, seguido de cartão de crédito, com 30,4%; somente 15,2% dos consumidores já compraram peças de vestuário/artigos de moda pela internet.
No Brasil, a participação do gasto com vestuário no total de despesas das famílias é de 5,5%, sendo que a região Norte apresentou o maior índice: 7,4%; a televisão é apontada como principal fonte de informação sobre moda, com participação de72%; 47,5% dos entrevistados já compraram produtos de moda por causa de propagandas. Este índice é maior entre as mulheres, com 52,7%.
Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT, uma das estratégias competitivas do setor é oferecer ao consumidor produtos e serviços que respondam aos seus anseios e necessidades de modo mais amplo e efetivo. “Este estudo tem por objetivo proporcionar informações a um dos segmentos industriais mais impactados pelo acirramento da concorrência asiática. Esta é uma ação conjunta do governo e da iniciativa privada para proporcionar à indústria nacional um ganho de competitividade”, explica o presidente.