Os desafios das empresas de médio porte


Empresas de médio porte são a força motriz de várias economias nacionais do mundo, mas a dominação crescente de grandes empresas invadindo seu território ameaça deixá-las para trás. Essa é a conclusão de um grande projeto de pesquisa da “Economist Intelligence Unit”, patrocinado pela SAP AG, baseada em entrevistas detalhadas com mais de 3.700 executivos de empresas de médio porte – com faturamento anual entre US$20milhões e US$500 milhões – no setor público e privado da Europa, Ásia/Oceania e Américas. No Brasil, foram entrevistados 242 executivos.

Boa parte dos líderes de negócios de empresas de médio porte brasileiras (41%) citou a força crescente de rivais maiores como a maior ameaça competitiva ao crescimento durante os próximos três anos. Além disso, os entrevistados concordaram em ampla medida que a pressão cada vez maior sobre os preços (44%), os crescentes custos de matérias-primas e serviços (32%) e a saturação de mercado (31%) serão alguns dos principais obstáculos que precisarão sobrepor para competir efetivamente.

Se os entrevistados citaram os rivais maiores como a maior ameaça competitiva, por outro lado, eles também reconhecem que possuem vantagens nítidas sobre eles, citando fatores como maior rapidez para executar mudanças nas estratégias (49%), custos de operação menores (46%) e relacionamentos mais estreitos com clientes (46%) como as armas-chave que os diferenciam na luta por participação de mercado. Porém, estas são as mesmas características que os entrevistados apontaram como mais prováveis de se deteriorarem à medida que as companhias cresçam. Um terço dos executivos apontou a capacidade de manter relacionamentos mais estreitos com os clientes como a mais provável, seguida pela rapidez para executar mudanças estratégias (31%) e a capacidade de operar com custos menores (29%).

Crescimento sem identidade – Para equilibrar essas preocupações, empresas de médio porte adotarão uma abordagem estável e gerenciável para o crescimento. Comitês executivos e gerentes da maioria das firmas entrevistadas identificaram uma ótima taxa de crescimento. Neste ponto, executivos brasileiros não fogem à regra, já que 63% dizem que as empresas crescerão a taxas satisfatórias. Em todas as regiões do mundo, a maior parte das empresas de médio porte pretende “resolver tudo sozinha”, com 68% planejando crescer organicamente. No Brasil, mais da metade dos executivos entrevistados apontaram a mesma estratégia, sendo que a maioria deles (53%) pretende fazê-lo utilizando os próprios recursos internos, enquanto 17% pretende utilizar a rede de parceiros para produção e distribuição e 13% pretendem comprar outras empresas.

Um ambiente de negócios mais competitivo e enxuto está forçando líderes de empresas de médio porte a reavaliar as estratégias de crescimento. A pesquisa revela diferenças marcantes na forma de alcançar isso. Dos entrevistados no Brasil, 48% procurarão ampliar a base atual de clientes, enquanto 45% pretendem reduzir custos por meio do aprimoramento de operações e 41% deseja diversificar o portifólio de produtos e serviços. No entanto, todos concordam que a intenção é de se globalizar. Mais de um terço dos executivos brasileiros buscam novos mercados geográficos para crescer. Em particular, a abertura de mercados nos países emergentes.

“A mensagem inequívoca desse estudo é que empresas de médio porte desejam crescer, mas temem perder justamente as características que foram originalmente responsáveis por seu sucesso”, disse Léo Apotheker, membro do Comitê Executivo da SAP. Na mesma linha, Luis Banhara, diretor de vendas da SAP Brasil para o mercado de pequenas e médias empresas, afirma que “os executivos brasileiros demonstraram uma grande preocupação em não deixar que o crescimento torne suas empresas menos flexíveis”. Fica clara, também, segundo Banhara, a importância que tais executivos dão à eficiência operacional e para ao conhecimento de seus clientes.

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