Os desafios em tempos de convergência digital

Autor: Adriano Fachini
Em tempos de convergência digital, está cada vez mais árdua a escolha do consumidor final frente a tantas opções de serviços de telecomunicações. Por parte das concessionárias de telecomunicações o investimento é pesado, seja no âmbito da telefonia fixa ou móvel. Um verdadeiro bombardeio de propaganda e serviços é dirigido ao consumidor, que ao se deixar seduzir pela propaganda mais engraçada, pode errar feio na hora de decidir qual operadora ou plano de serviço melhor atende suas necessidades.
Na radiocomunicação não é diferente. Sem exagero, ouso pensar que seja um pouco mais complicado do que o exemplo acima, especialmente porque vivemos um período de transição de tecnologia com os equipamentos analógicos com os dias contados e os equipamentos digitais na aurora de seus dias. Afora isso, diferentemente dos serviços públicos de telecomunicações, o serviço limitado privado destinado para aqueles que possuem uma rede particular de telecomunicações com repetidores, torres e infraestrutura própria, tem prazos diferentes de migração condicionados a data limite de validade prevista em suas respectivas outorgas.
Além da questão de regulamentação jurídica, há outras mais complexas ainda que afete a própria tecnologia. Na plataforma de radiocomunicação DMR (Digital Mobile Radio), não há soluções de software homologadas pelos fabricantes, sendo de suma importância para não comprar gato por lebre à realização de testes de viabilidade técnica com a intenção de aperfeiçoar a compatibilidade de integração com outros dispositivos, caso comum em se tratando da transmissão de dados. Nesses casos, para não errar, tem que ser como São Tomé, ver pra crer, planejar um teste piloto, dimensionar qual a capacidade de dados que o sistema deve comportar, e após verificar a viabilidade prática do sistema, adquirir o serviço com o custo benéfico certo.
Antes de contratar um sistema de radiocomunicação digital, convém simular os custos de manutenção que decerto virão ao longo dos anos. Embora a maioria dos fabricantes de radiocomunicação concedam um ou dois anos de garantia do produto, esta limita-se apenas a defeitos de fábrica, sendo a maioria das ocorrências em um parque de rádios advinda de má utilização, portanto sem cobertura. Atenção especial merece alguns acessórios importantes como o custo e durabilidade das baterias, no caso dos rádios portáteis. Como ter, implica em manter, assim como num carro, o maior investimento não é comprar o bem, mas sim mantê-lo.
Nesse cenário, opção a ser levada em conta é a da locação dos equipamentos na qual a empresa locadora deve garantir o equipamento em funcionamento por um preço pré-determinado. A polêmica entre o que é mais vantajoso, comprar ou alugar, é antiga e depende de como o gerente do contrato encara o serviço. Administrações mais modernas não hesitam em alugar, sendo comum a esse perfil de administrador delegar e cobrar resultados com SLA (Service Level Agreement), ou acordo de nível de serviço, previamente acordados.
Adriano Fachini é presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

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