Autora: Aimeé Frota Merheb
A liderança tem sido definida de muitas maneiras, e uma das mais abrangentes é: “liderança é a capacidade de influenciar outras pessoas a se engajarem em um projeto ou na própria visão do líder”.
Há alguns mitos sobre a liderança, assim como sobre outras capacidades ditas especiais entre os humanos, como a criatividade, o carisma e até a própria genialidade. Um dos mitos mais aceitos é que a liderança é uma habilidade inata, um dom, um talento com que alguns são contemplados pela Criação. Gosto de pensar, como Nietzsche, que todos temos em nós a semente do Super Homem e, mais, que a nossa missão na vida é descobri-lo, desenvolvê-lo, servindo à evolução. Nosso colega da SBPNL Alexandre Bortolletto diz que nascemos Superman e no mais das vezes nos acreditamos Clark Kent. Mas tirar a fantasia limitadora pode fazer a grande diferença.
Acredito que os grandes líderes da humanidade, estes que são reconhecidos e aclamados, e que deixam seu traço na história, no princípio meros mortais como nós, foram tocados em algum momento de suas vidas pela importância de algum feito, inspirados pela realização de visões extraordinárias e se tornaram responsáveis pela transformação destas visões em realizações, também extraordinárias. E estas visões e seu comprometimento com elas geraram motivo e energia suficientes para despertar neles o poder de convencimento e de atração de seguidores.
O trabalho de muitos cientistas sociais, administradores e psicólogos, entre outros, tem sido decodificar suas estratégias para replicá-las, facilitando o desenvolvimento da liderança como competência a ser aprendida e desenvolvida por quem se interessar.
Robert Dilts, conhecido estudioso da PNL e do comportamento humano, criou um modelo em que associa os níveis neurológicos aos papéis e estilos de liderança. Os níveis neurológicos são um modelo que permite explorar e integrar estratégias que pessoas e organizações usam para se comunicar, aprender, interagir e promover mudanças.
Seu criador, Dilts utiliza também para expressar como os líderes se situam em relação às necessidades dos liderados, oferecendo a eles desafios e respostas tanto em relação ao desenvolvimento de suas tarefas como ao seu crescimento pessoal.Segundo minha leitura de seu trabalho, o líder que atua como um guia, é aquele que mostra o caminho,e indica ameaças e oportunidades. Atua no onde e quando, no ambiente; adequando as reações dos seus liderados aos estímulos do ambiente.
O treinador lidera as ações da equipe e dos indivíduos, orientando o que fazer, ajustando os comportamentos ás necessidades.
No nível das capacidade, do como fazer, no alinhamento das estratégias está o líder que tem o estilo de instrutor, que atua estimulando os seguidores a pensar, a produzir além dos modelos, a ousar ideias próprias, a solucionar problemas por si mesmos.
Quando se trata das crenças e valores, de se oferecer permissão e motivação, o líder se assume como mentor, compartilhado valores, como confiança e credibilidade, estabelecendo vínculos com a equipe e com cada individuo.
O líder adota o estilo de patrocinador quando se encaram as individualidades, as identidades, únicas, singulares, legitimando estas singularidades, considerando e valorizando a diversidade e os traços pessoais.
O líder é inspirador é aquele que desperta quando compartilha sua visão do mundo e ao estimular o liderado a ter sua própria visão.
O líder que pode escolher conscientemente entre todas estas possibilidades, dependendo das necessidades da equipe, com foco em sua visão e missão, que as percebe como alternativas e as tem integradas, incorporadas à sua própria identidade estará cada vez mais próximo de se realizar servindo ao sistema maior.
Aimeé Frota Merheb é instrutora da SBPNL (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística)