Os anos 1990 assinalaram as grandes fusões e integrações verificadas entre cervejarias, bancos, indústrias e até mesmo empresas prestadoras de serviços. Como conseqüência, o mundo ficou globalizado, alcançando-se a solução para os problemas de imperativos de crescimento, superação de sobrevivência no mercado interno e externo, administração de custos, melhor otimização das margens de lucro, gestão de meganegócios, competitividade e logística financeira. Constatada a realidade desta profunda transformação do mundo, através dos meios modernos de comunicação, como poderemos analisar a tão propalada globalização e suas adversidades, após uma década desta nova realidade?
Com o advento da globalização, tanto discutida quanto polemizada, muitas e múltiplas foram as transformações verificadas, como a presença de um consumidor mais exigente e informado, maior competitividade entre as empresas oferecendo os mesmos produtos e serviços, briga de preços, proliferação de promoções, bônus, premiação, e um consumidor que não se empolga ao desejo de compra pelo argumento do preço do dia seguinte. E fatores como a nova política no foco do cliente, voltando-se a empresa para um atendimento personalizado e encantamento do mesmo, valorização do capital humano, como maior diferencial da empresa moderna, envolvimento das pessoas no processo de crescimento e sobrevivência de cada empresa, inovação e criatividade pela gestão da empresa, enfim, uma revira-volta em toda estruturação de administração com uma única finalidade – torná-la eficiente e competitiva no mercado atual.
Em decorrência deste novo parâmetro empresarial, empresas do mesmo ramo fundiram-se para agilização deste novo processo de estratégias, visando-se a uma adequação mais rápida, em todos os seus segmentos, sobretudo, para a lucratividade. Empresas outras procuram adequar-se a uma nova postura inadiável a esta realidade de mercado. A realidade das mudanças podem ser questionadas, mas são irreversíveis. “A única coisa certa do momento são as mudanças ou transformações”, afirma o Prof. Luiz Marins, consultor e antropólogo renomado.
A modernização da empresa brasileira, dentro dos parâmetros desta internacionalização imposta pelos efeitos da globalização, vem gerando desafio para se definir quais os pontos fortes e fracos deste padrão cultural para cada empresa. O que se verifica, no momento, é que muitas empresas ou organizações cometem erros fundamentais procurando impor um padrão de cultura, em nome de uma globalização, ignorando toda uma filosofia já existente e sedimentada nos seus negócios. Segundo o Prof. Licht “a identidade de uma empresa não se encontra numa posição que ignora diferenças, mas na internacionalização dessas diferenças“. Afinal de contas, sendo identificada pelas pessoas que nela trabalham, a própria empresa já oferece toda gama dessas diferenciações estruturais.
Na implantação de todas as novas estratégias impostas pela globalização à empresa moderna, um fato é relevante – o papel do RH levando os seus colaboradores a ter uma consciência de que o sucesso ou insucesso da empresa lhe é responsabilizado. O grande papel do RH, no momento, neste processo de modernidade é adequar, a cada momento, os colaboradores da empresa para estas rápidas transformações. Treinar pessoal para a competência, excelência no atendimento, cumplicidade na lucratividade da empresa, formar equipes heterogêneas, remanejamento de pessoal, descobrir novos talentos, administrar pessoas, as quais têm sentimentos, planos pessoais de sucesso, uma família, auto-estima, sentimentos humanos, religiosidade, é a grande função do atual RH – segundo o Prof. Karen Stephenson. Portanto, processo de modernidade da empresa passa pela vertente da cultura globalizante e por uma adequação de “gerenciamento de pessoas“.
João Gonçalves Filho (Bosco) – Administrador de Consórcio.
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