Os meios de pagamento vão ocupar um papel central no fornecimento de dados para a economia digital nos próximos anos, de acordo com dados da Minsait. Essa é uma das conclusões do Informe de Tendências de Meios de Pagamento 2018. Realizado com a colaboração de Analistas Financeiros Internacionais (AFI), o informe conta com as opiniões de numerosos executivos do setor bancário e clientes bancarizados da Espanha, Portugal e América Latina. “Mesmo com o movimento de muitos setores para se tornar Data Driven Companies (DDC), o segmento de pagamentos foi pioneiro em adotar um enfoque baseado em dados por causa de alguns fatores como o compliance, o impulso inovador do segmento ou a concorrência do mercado”, destacam especialistas da Minsait.
O estudo indica que a inovação impulsionada por novos agentes da indústria e a regulação motivaram os PSP (Payment Service Provider) tradicionais a constituírem novas propostas de valor para os clientes. Em alguns casos estão começando a definir o perímetro dos dados estimados, em outros já se encontram muito avançados em inovações próximas ao conceito Open Banking. Também se confirma o “renascimento” dos códigos QR, que, segundo assinalam os especialistas, já estão sendo utilizados de maneira massiva em muitos países devido a que resolve carências de infraestrutura e conectividade.
PAGAMENTO DIGITAIS NO BRASIL
Os brasileiros já percebem a tendência dos pagamentos digitais e estão dispostos a testar novos meios de pagamento online para fazer compras. De acordo com a pesquisa da Minsait, 56,9% dos consumidores brasileiros têm intenção de usar algum tipo de aplicativo (por exemplo, a carteira virtual) para realizar pagamentos em 2019. A atitude está em linha com os demais pares latino-americanos. Na Argentina, 53,8% dos consumidores também pretende testar algum meio virtual de pagamentos; no Chile, o porcentual é de 63% e na Colômbia, 67,8%. Os campeões nesse sentido são Peru (72,7%) e República Dominicana (74,4%), mais suscetíveis aos incentivos propostos com essa finalidade.
O espaço para crescer existe. Atualmente, 27,2% dos consumidores brasileiros declaram usar aplicativos como meio de pagamento em estabelecimentos comerciais e 19,3% afirmam usar soluções online para pagamentos P2P. Nos próximos anos, o desafio apontado pelo estudo é o de fazer com que os compradores estejam cada vez mais confortáveis com essas aplicações – ao ponto de desapegarem dos meios tradicionais, como cartões de crédito e dinheiro. Dessa forma, será possível aproveitar o potencial que o país oferece. Atualmente, o Brasil concentra a maior frequência de compra com cartão de crédito da região (81,6% dos consumidores afirmam usar esse meio “sempre” ou “quase sempre”). O porcentual é distante de seus pares na região, que oscila entre 60% e 70%, à exceção da República Dominicana (cujo índice é de 74,8%).