O gerente de análises do Mercado de Software da IDC Brasil, Bruno Rossi, foi um dos palestrandes do IDC Brasil Business Intelligence & Business Performance Management Conference 2006, realizada esse mês. Na apresentação “Panorama de utilização e de investimentos em ferramentas de Business Intelligence”, o executivo abordou, entre outros tópicos, as prioridades da área de TI das empresas de grande porte em 2006/2007. De acordo com pesquisa da IDC, 28% dos entrevistados apontaram ser prioridade melhorar o nível de serviços, enquanto 26% pretendem alinhar TI ao negócio/Governança de TI e outros 26% apostam em segurança.
“É interessante notar que BI já ocupa o quinto lugar na lista de prioridades de investimentos, com 24% dos votos, lembrando que estas são as prioridades para este ano”, disse Bruno. De acordo com o gerente, estes investimentos em BI são motivados por vários fatores, como pela utilização plena dos ativos de informações da organização, pela antecipação às mudanças de mercado e em resposta a ações de competidores, pelo conhecimento sobre o negócio da empresa e sobre novas tecnologias, produtos e serviços que podem afetar direta ou indiretamente o negócio da empresa, pelo aprendizado com sucessos e falhas da empresa e seus concorrentes, pelo maior conhecimento sobre a base de clientes, pelas ações proativas para retenção de clientes, pelo combate a fraudes e pela maior precisão nos processos de previsão de demanda, vendas, gastos, estoques, etc.
Outro dado apresentado por Rossi que reforça a pretensão de adoção de BI é que em estudo realizado com 372 empresas de grande porte (com mais de 500 funcionários) 80% dos entrevistados disseram que estas soluções estão entre as prioridades de investimentos para 2006, em grande parte, ferramentas de geração de relatório (Reporting), Data Warehouse e software de consolidação financeira. Os mesmos resultados foram apurados em estudo realizado junto a 311 empresas de médio porte (de 100 a 499 funcionários).
Sobre o cenário brasileiro de BI e BPM, Rossi mostrou uma visão abrangente do mercado, em que o crescimento tem sido impulsionado especialmente por compras no segmento de Finanças, que detém 30% do total de investimentos nestas ferramentas analíticas, além de Telecomunicações, que voltou a investir pesadamente desde o início do ano passado. Existe na realidade uma alta concentração de demanda por parte de grandes empresas e Governo.
Pelo lado dos consumidores, o gerente de análises explicou que os setores de Varejo, Serviços e Manufatura começam a apresentar demanda crescente por BI/BPM. “Estamos observando movimentos na opção por uma única plataforma de geração de relatórios, assim como a necessidade pela consolidação das bases de dados, pois é um desafio para as empresas se servirem de informações que tenham qualidade real, já que muitas ainda enfrentam o desafio de tomarem decisões utilizando-se de dados desatualizados”, explica Rossi.
Já os fornecedores de BI e BPM buscam oferecer pacotes de serviços profissionais, conhecendo a fundo as ferramentas que oferecem. O que se vê também são os provedores de aplicativos de gestão, como ERP/CRM, com uma abordagem mais agressiva e querendo aumentar as participações no segmento de ferramentas analíticas. Rossi destacou que grande parte dos investimentos realizados pelas empresas na área de Business Intelligence em 2006 estará ligada ao atendimento de legislações setoriais específicas como Basiléia II, no caso dos bancos, entre outras vigentes em setores como Telecomunicações e Utilidades. Ademais, as grandes empresas buscam cada vez mais aplicar conceitos de gestão por indicadores de negócios utilizando-se de ferramentas de Business Intelligence.
Quanto ao panorama futuro deste mercado, Rossi destacou que as empresas continuam em processo de consolidação de suas bases de dados. “Isso deverá se prolongar por dois ou três anos ainda”. As tendências também apontam para o BI ser uma das tecnologias críticas para a adequação às normas regulatórias; as ferramentas de previsão de demanda deverão receber mais atenção por parte das empresas em setores específicos; BI faz parte de uma arquitetura dinâmica de TI; e a capacidade de resposta ao ambiente de negócios estar diretamente atrelada às informações sobre o ambiente, a empresa, seus fornecedores, clientes e competidores.