Pressionados pelas dívidas contraídas ao longo do ano passado, os paulistanos buscam ´sair do vermelho´ em 2007. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) mostra que o número de consumidores na cidade de São Paulo com dívidas voluntárias – cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal ou prestações em geral – atingiu 58% dos entrevistados no mês de janeiro contra 61% em dezembro. Em relação a janeiro de 2006, quando o patamar era de 63%, a queda foi de cinco pontos percentuais.
“Essa queda do endividamento reflete, provavelmente, a diminuição na tomada de novos empréstimos pelos consumidores. Isso porque grande parte deles já recorreu ao crediário durante as compras de Natal. Embora a inadimplência também tenha apurado retração, ambos os indicadores continuam em patamares elevados”, afirma o presidente da Fecomercio, Abram Szajman.
A parcela de endividados com contas em atraso teve discreta melhora: queda de dois pontos percentuais, passando de 43% para 41%. No entanto, em relação a janeiro de 2006, houve aumento de dois pontos percentuais. Já o comprometimento da renda com a quitação de dívidas, registrou elevação de três pontos percentuais, de 32% em dezembro para 35% neste mês. Além disso, os consumidores que têm intenção de pagar total ou parcialmente as dívidas em atraso atingiu 62% em janeiro, queda de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior. A parcela dos que não poderão pagar os compromissos subiu, atingindo 36% contra 33% em dezembro.
Análise segmentada – O endividamento é mais preocupante entre aqueles que ganham até três salários mínimos: 69%. Entre os consumidores com vencimentos, de três a dez salários, a proporção é um pouco menor: 64%. Já entre os que possuem renda acima deste patamar, o percentual é de 41%. A parcela de endividados com contas em atraso também é maior entre os que recebem até três mínimos: 54%. Na faixa dos que ganham de três a dez salários, o percentual é de 38%. Acima deste patamar de vencimentos é de 28%.
Já em relação ao comprometimento da renda com dívidas, o panorama é bastante semelhante. Entre os com vencimentos de até três salários, o percentual é de 36%. Já a parcela dos consumidores com rendimentos entre três a dez mínimos têm 35% de sua renda comprometida com dívidas. Entre os que possuem renda superior, o percentual é de 34%.
As diferenças voltam a surgir em relação à disposição de quitar as contas em atraso. Quanto maior a renda, maior a intenção de liquidar as pendências. Entre os consumidores com rendimentos de até três salários, a vontade de pagar total ou parcialmente as dívidas é de 48%. Já no universo dos que ganham acima de 10 mínimos, este percentual é de 79%. O dado confirma a tese de que grande parte dos consumidores contrai dívidas por necessidade e não por oportunidade.