A pesquisa de marketing é uma boa ferramenta de avaliação e, com o advento do método on-line, havia uma desconfiança se as respostas variavam muito quando o entrevistador sai de cena. Porém, um estudo da Escola de Comunicação e Artes, ECA/USP, em parceria com a Ipsos, provou que praticamente nada muda. “Esperava um resultado diferente. Pensava que as respostas fossem bem diferentes quando se tira o entrevistador. Mas, para minha surpresa, nada mudou”, afirma Rodrigo Villalobos, gerente de pesquisa da Ipsos ASI e realizador do estudo, à ClienteSA.
Participaram da amostra 400 pessoas, sendo 50% por meio de entrevistas pessoalmente e 50% de entrevistas on-line. O resultado surpreendente serviu para mostrar que as desconfianças em torno da pesquisa on-line são infundadas. Ou seja, pode-se confiar nos resultados tanto quanto na pesquisa face a face. “O Brasil ainda é tímido quando o assunto é pesquisa on-line. Hoje, representa apenas 5% do total de pesquisas feitas. Existe um pouco de desconfiança, até relutância de alguns clientes. Esse medo de migrar é o mesmo da época que surgiram as pesquisas por telefone”, exemplifica Villalobos.
Porém, Villalobos destaca que há certo movimento para aderir mais às pesquisas on-line principalmente por parte das multinacionais. Afinal, lá fora, essa é uma cultura mais disseminada, além, é claro, de ser uma solução bem mais barata. “Ano passado, nos Estados Unidos, por exemplo, a pesquisa eleitoral foi feita on-line. Foi a primeira vez que isso aconteceu no mundo”, afirma o gerente. Com o olhar no futuro, Villalobos acredita que a tendência, até com o maior acesso dos brasileiros à internet, é que as pesquisas de marketing sejam realizadas mais pela internet. “Ainda existem algumas barreiras sobre isso, até estruturais. Mas a tendência é elas caírem ao longo do tempo”, diz.