Pessimismo moderado do brasileiro permanece

O Índice de Confiança do Consumidor, ICC, da Fundação Getúlio Vargas, alcançou 82,2 pontos em abril, um recuo de 3,1 pontos na margem, devolvendo ¼ da alta de 12,2 pontos observada nos três meses anteriores. “A queda da confiança dos consumidores em abril está relacionada a uma calibragem das expectativas, retratada pelo recuo do Índice de Expectativas para um nível distante da neutralidade (100 pontos), em um quadro que pode ser considerado como de pessimismo moderado. Não há como se descartar a possibilidade de que esta calibragem tenha relação com o mau humor provocado pela nova rodada de eventos políticos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em abril, tanto as avaliações sobre a situação atual quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,7 ponto, alcançando 70,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,6 pontos, para 91,1 pontos. Após três meses consecutivos de resultados positivos, as avaliações dos consumidores sobre o estado atual da economia e das finanças familiares pioraram. O indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica caiu 0,9 ponto, para 76,9 pontos. Já o Indicador de percepção com a situação financeira da família devolveu a alta discreta de março, estabilizando-se em 65,4 pontos.
Os consumidores ajustaram seu otimismo em relação às perspectivas futuras da economia, finanças familiares e intenção de compras de duráveis. Dentre os quesitos que integram o ICC, o Indicador de Ímpeto de Compras de Duráveis nos meses seguintes foi o que mais contribuiu para a queda do índice no mês, ao recuar 7,2 pontos e atingir 71,1 pontos. Os demais indicadores de Expectativas também recuaram: o que mede o otimismo com a economia caiu 3,0 pontos, para 112,4 pontos; o que mede o otimismo com situação financeira familiar recuou 3,0 pontos para 91,3 pontos. Apesar de algumas variáveis econômicas (inflação e taxa de juros) e incentivos como o FGTS colaborem para aumentar a satisfação e perspectivas, o aumento de incerteza, principalmente no ambiente político parecem agir como uma ducha de água fria no sentimento dos consumidores.
 
A queda da confiança ocorreu em todas as faixas de renda, sendo mais expressiva entre os consumidores pertencentes às duas primeiras (até R$4.800,00 de renda familiar mensal), nas quais o índice caiu, respectivamente, 4,3 e 4,2 pontos. Os consumidores com renda familiar até R$2.100,00 são os que apresentam o menor nível de confiança, influenciado por avaliações negativas sobre a situação financeira atual e a piora das expectativas em relação à situação econômica.

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