PGO: momento de conquistas para as teles



Autor: Rodrigo Leite

 

Com o PGO – Plano Geral de Outorgas revisto e aprovado pelo conselho consultivo da Anatel, estamos a alguns passos da criação da Supertele brasileira, uma empresa que já nasce com um capital de US$ 22,9 bilhões, que corresponde à soma da Brasil Telecom e da Oi (ex-Telemar). Ouço, há tempos, especialistas dizendo que há uma tendência mundial de haver poucas, porém grandes empresas. Este é um fator muito interessante, mas também preocupante.

 

Interessante, porque faz com que o Brasil tenha condições de expandir os serviços de telecomunicações, seja por força própria ou atuando em alianças mundiais, das quis o País ainda não faz parte. Embora a supertele esteja classificada com a 30ª em tamanho, ela terá fôlego para brigar com as primeiras colocadas, como Telefònica e Embratel.

 

Temos oportunidade de vender serviços para outros países, não nos limitando ao Brasil como único mercado. Quando falamos da supertele, outro fator interessante é o ganho ou a economia de escala. Esperamos que nós, consumidores, possamos nos beneficiar tanto desta oportunidade, quanto da disputa gerada por este “entrante” no mercado de Telecom, principalmente no setor III, que abrange São Paulo.

 

No entanto, nem tudo são flores e há também preocupações. Com a revisão do PGO encaminhada ao poder executivo, algumas “pulgas” voltam a pular atrás das orelhas de muita gente, como aquela investigação sobre fatos ocorridos na privatização do sistema Telebrás, que nunca ocorreu. E ficamos pensativos sobre o real e o verdadeiro intuito da privatização, da divisão por regiões e, hoje, da revisão deste plano. Será mesmo visando maior competitividade e benefícios aos usuários? Mas isso é assunto para outro artigo.

 

Hoje, temos um órgão regulador deficiente, sujeito a todo tipo de influências de poder e que ainda não tem a velocidade necessária para acompanhar o desenvolvimento tecnológico do setor nem a disseminação de novos conceitos como NGN, WiMax, VoIP e tantas outros que estão surgindo e que ainda surgirão.

 

Acredito que o PGO será aprovado pelo executivo e o CADE não se oporá, mas, passados os ganhos iniciais, nós consumidores não beberemos dessa água chamada “competitividade”.

 

Quem viver verá.

 

Rodrigo Leite é gerente de projetos da Topmind. ([email protected])

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