Investir em inovação para ganhar novos mercados. Até 2020, essa é a meta das pequenas e médias empresas (PMEs) paulistas, conforme revela pesquisa anual da Desenvolve SP que busca identificar o perfil dos empreendedores e apontar suas percepções sobre inovação e principais dificuldades de investimento. A pesquisa, elaborada com questões de múltipla escolha, foi aplicada ao longo de 2017 durante os eventos do Movimento pela Inovação e contou com a participação de 182 empresários das cidades São Paulo, Sorocaba, Marilia, Ribeirão Preto e São José dos Campos.
Segundo o levantamento, mais da metade dos entrevistados, o equivalente a 55%, pretendem investir em algum tipo de inovação entre 2018 e 2020. Para 40% dos que desejam realizar esses investimentos, a motivação principal apontada é poder “ganhar novos mercados”. Para outros 24%, “aumentar a competitividade” do negócio é o principal objetivo. Isoladamente, o “aumento do faturamento” e o “aumento da rentabilidade” são os interesses que aparecem na sequência, com 19% e 16%, respectivamente. Neste cenário, quando questionados sobre o grau de inovação presente no modelo de negócios de suas empresas, 70% dos entrevistados afirmam comandar empresas “inovadoras ou muito inovadoras”; 16% como sendo “pouco inovadoras” e 13% apontaram estar à frente de empresas “tradicionais”.
Questionados sobre o que consideram inovação, 74% dos entrevistados a definem como “qualquer tipo de inovação aplicada no negócio”, contra 7% que acreditam que “inovação trata-se apenas de um produto revolucionário”. Vale ressaltar que, quando se inscreveram para os eventos do Movimento pela Inovação, a maioria dos empresários apontou como motivo o interesse em “conhecer novas opções de investimento”, já que 86% “nunca obteve nenhum tipo de recurso voltado à inovação”. Para outros 16%, o motivo da participação foi “apresentar um projeto de inovação” às instituições de fomento presentes nos encontros para descobrir a melhor maneira de viabilizá-lo e tirá-lo do papel.
DIFICULDADES PARA INVESTIR
Outro importante dado foi em relação às principais dificuldades encontradas para investir em inovação. Cada entrevistado apontou três problemas. A dificuldade mais citada, por 24%, foi “obter linhas de crédito ou outras fontes de financiamento”. Em seguida, aparece a opção “carga tributária, impostos, legislação e burocracia”, com 23% das citações, e a “incerteza sobre o futuro do país”, com 14%.
“Pelo segundo ao consecutivo a pesquisa mostra que, mesmo diante das dificuldades encontradas, os empresários se mantêm confiantes e devem continuar investindo em inovação. Essa postura será determinante para impulsionar a retomada da economia no estado e no País”, diz Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP.
Quanto à dificuldade sentida pelos empreendedores em encontrar linhas de financiamento para inovação, o executivo diz que a Agência está no caminho certo. “É uma realidade que está mudando. Ao dar início ao Movimento pela Inovação, em 2015, começamos a levar informação de qualidade e facilitar o acesso dos empreendedores paulistas ao crédito sustentável. Prova disso é que os financiamentos da Desenvolve SP para projetos inovadores já atingiram a cifra de R$ 123,7 milhões em todo o Estado de São Paulo. Antes dos eventos, esse montante era de apenas R$ 13,1 milhões”, diz Santos.
PERFIL DOS ENTREVISTADOS
Dos 182 empresários que participaram da pesquisa, mais da metade (53%) representam pequenas e médias empresas prestadoras de serviços. Os que estão à frente das indústrias (32%), dos comércios (10%) e de empreendimentos ligados ao agronegócio (6%). Em relação ao porte das empresas, as PMEs apresentam a visão de 43% dos entrevistados, seguidas pelas startups, com 32%, e dos micronegócios, com os outros 24%.