Autor: Marco Ornellas
É quase inevitável. Quando ouvimos a palavra ´inovação´, automaticamente, nosso cérebro remete a algo altamente tecnológico, feito nos maiores laboratórios do mundo com o auxílio dos maiores gênios da atualidade. Essa mistificação da palavra talvez seja o motivo para que tenhamos tanto medo de inovar. Mas inovação não se limita a alta tecnologia. Inovar é algo que precisa se tornar hábito em nossas vidas, principalmente no ambiente de trabalho.
Não é necessário realizar uma ampla pesquisa para saber que nosso cenário atual é desafiador e só sobreviverão aqueles que estiverem prontos para mudar. Os modelos tradicionais de negócios estão em cheque e não temos escolha a não ser desenhar novas estruturas organizacionais e processos que façam mais sentido em um novo mundo.
Quando olho minha trajetória de atuação nas empresas com o objetivo de melhorar as práticas internas, percebo algo bastante comum em todos os lugares; o medo do novo. É comum. Faz parte do ser humano se acomodar com práticas antigas, que, aparentemente, funcionam, e ignorar a necessidade de mudança pelo período máximo de tempo possível. Como resultado, temos processos enferrujados, práticas que não fazem sentido no mundo em que vivemos e uma dificuldade cada vez maior de se manter competitivos no mercado.
O medo de inovar está nos deixando presos ao passado. E o maior problema disso é que seremos ultrapassados por aqueles que abraçam a inovação e, assim, corremos o risco de nos tornarmos irrelevantes para o mercado.
A inovação é uma prática diária e começa nas pequenas coisas. Você já deve ter inovado seus próprios processos de trabalho para melhorar seu fluxo de tarefas e, provavelmente nem percebeu. E, quando falo que inovação é uma prática diária, o que quero dizer é que precisamos nos acostumar com essa ação, pois, se todos começam a praticar a inovação, aos poucos, ela vai perdendo seu misticismo e se tornando algo habitual entre nós.
O Design Thinking é um método que pode ajudar nesse processo e muitas organizações já constataram sua eficácia. Essa prática, basicamente, tem como objetivo propor soluções com a colaboração de diversas áreas de uma empresa para encontrar soluções para destravar uma etapa do processo produtivo, de onde partir para criar um novo produto ou serviço, solucionar a dor de um cliente etc.
Usar o Design Thinking como parte da elaboração ou reformulação dos modelos de negócios é para os fortes, ou melhor, para quem está disposto a mudanças. É o momento para colocar a mão na massa, testar suposições e ideias, encarar fracassos, voltar à estaca zero. É um processo que requer paciência, pois nem sempre uma só aplicação do Design thinking vai resultar em um plano de ação. Mas é um excelente ponto de partida e pode ajudar as pessoas a quebrarem as barreiras criativas e testes diversas ideias para surgir novas soluções.
Não seremos inovadores se olhamos, percebemos, pensamos e agimos do mesmo jeito, da mesma forma. Só conseguiremos ser mais inovadores quanto mais diversos formos. Por isso, o uso do Design Thinking tem se tornado cada vez mais popular, pois estimula o compartilhamento de ideias e a construção de novas soluções em conjunto, ouvindo ideias de todos os envolvidos e colocando em prática essas ideias mesmo sem a certeza que irão funcionar.
Marco Ornellas é coach e membro do International Coaching Federation (ICF) e consultor com 25 anos de experiência.