O Índice de Preços no Varejo (IPV) da Fecomercio registrou estabilidade em abril, com uma discreta deflação de 0,06% em relação ao mês anterior. O segundo resultado negativo do ano foi influenciado, principalmente, pelo grupo de Supermercados, que teve retração de 0,49%. No primeiro quadrimestre de 2006, o IPV acumula discreta alta de 0,02%. No mesmo período do ano passado, o avanço foi de 1,49%.
Segundo o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, a expectativa é de que o IPV se mantenha nos mesmos patamares durante o ano. “A desvalorização do dólar afeta diversos setores, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos e as commodities. A maior volatilidade recairá sobre os combustíveis, tanto em virtude do preço elevado do petróleo nos mercados internacionais quanto pelo possível reflexo negativo da crise com a Bolívia.”
A queda nas exportações, causada pela descoberta de novos focos de febre aftosa e pela gripe aviária, acarretou no excesso de oferta de produto no mercado interno e contribuiu para o recuo de preços nos grupos das Carnes Suínas (4,86%), Aves (3,62%) e Carnes Bovinas (2,48%). A mesma tendência foi constatada em Frutas (2,66%) e Açougues, este último com retração em abril de 2,40% contra 3,26% em março. Trata-se da maior variação negativa acumulada nos primeiros quatro meses do ano, entre todos os itens pesquisados pelo IPV, com 12,45%. Vale ainda ressaltar que, desde novembro de 2005, o grupo registra variações negativas.
A valorização do real frente ao dólar, moeda na qual é cotada boa parte das matérias-primas utilizadas pelos Eletroeletrônicos, permitiu redução de 2,09% nos preços do grupo em abril. No acumulado do quadrimestre, a retração chega a 5,90%. O cenário também foi possível em virtude da venda de produtos importados no mercado interno. Outros grupos que apontaram queda em relação a março foram: CDs (1,29%), Feiras (0,58%), Brinquedos (0,26%), Autopeças e Acessórios (0,24%) e Eletrodomésticos (0,18%).
A redução da porcentagem do álcool anidro misturado à gasolina e o fim da entressafra da cana-de-açúcar resultaram em um pequeno aumento de oferta do produto, reduzindo assim as pressões de alta nas cotações. Com isso, o grupo de Combustíveis e Lubrificantes apurou recuo de 0,69%. Trata-se da primeira variação negativa, desde novembro de 2005. Isoladamente, a redução ficou em 0,77% nos Combustíveis e 1,74% nos Lubrificantes.
No mês de abril, a maior alta, de 1,88%, foi verificada em Drogarias e Perfumarias. O reajuste autorizado pelo governo no fim de março e o aumento de doenças respiratórias e alérgicas nesta época do ano influenciaram a elevação. Isoladamente, os preços dos remédios tiveram avanço de 2,32% e dos produtos farmacêuticos de 0,18%.
Depois de longo período de queima de estoques, Vestuários, Tecidos e Calçados apresentaram elevação de 0,98% em abril, fruto do realinhamento de preços e da troca da coleção primavera-verão pela outono-inverno. Foi a primeira elevação positiva desde dezembro. Na ocasião, o grupo apurou elevação de 0,79%. Os destaques do setor ficaram por conta de Roupas Infantis (2,27%), Roupas Masculinas (1,45%) e Femininas (1,00%).
Os demais grupos que também tiveram resultados positivos, em abril, foram: Óticas (0,84%), Relojoarias (0,73%), Material de Escritório e Outros (0,43%), Livrarias e Floriculturas (0,36%).