Legislação mais específica e adequada para proprietários de micro, pequenas e médias empresas (PMEs) do País foi a sugestão do presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Roberto Smith, durante palestra-almoço, realizada no dia 9 de junho, em São Paulo, a convite da ADVB-SP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). Segundo o executivo, essa legislação complementar ajudaria os proprietários de tais estabelecimentos, porque, além de, na hora de solicitar empréstimos, não apresentarem balanços, “muitos desses empresários não lidam bem com as taxas de juros, o que os prejudica na hora de contratar o crédito financeiro”.
Apesar de tais dificuldades, segundo Smith, o setor mais importante, em quantidade de negócios, é o das micro e pequenas empresas. “Antes, acreditava-se que somente os grandes investimentos eram responsáveis pelo desenvolvimento do País. Hoje, entendemos a importância dos pequenos e microempresários para a economia”, explica.
Durante a exposição, o presidente do BNB mostrou alguns dados macroeconômicos do Brasil. Dentre eles, estão o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em alta há 24 trimestres; o índice de consumo, que também vem aumentando há 17 trimestres; além da criação de milhares de empregos formais desde 2004. Na visão de Smith, o mercado financeiro aponta perspectivas favoráveis se observarmos o aumento no número da população economicamente ativa e o aumento da renda per capita. Classificou o cenário como positivo devido “à baixa vulnerabilidade externa, ocasionada por nossas reservas financeiras, além de investimentos em expansão e do fim do marasmo no mercado de capitais”, afirmou.
Para o executivo, a economia da região Nordeste está integrada à economia nacional. Se o Brasil avança ou retrocede, no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, a região Nordeste acompanha na mesma proporção. “Nosso principal desafio é elevar o índice de desenvolvimento humano, que hoje gira em torno de 12%, abaixo da média do País”, explicou.
O BNB tem 55 anos de existência e atua principalmente na área de financiamento de longo prazo. Está em segundo lugar em liberações no Brasil e responde por 63% do saldo de crédito de longo prazo na região. Smith explicou que o diferencial do BNB está em operar capital de giro com taxas de juros entre 0,98% e 1,11% ao mês. “A projeção para 2008 é de que cerca de R$ 1 bilhão sejam destinados ao “Crediamigo”, Programa de Microcrédito Produtivo Orientado, que visa a facilitar o acesso ao crédito”, completou.