Quedas no varejo devem diminuir

Dados divulgados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que apesar da estabilidade na variação mensal com um crescimento de 0,1%, o dado anual do volume de vendas do comércio varejista restrito ainda mostra forte queda de 5,3% nas vendas, a 15ª taxa negativa consecutiva. Ainda assim a queda é bem menor do que a de maio, quando foi de -9,0%. 
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, os dados reforçam o cenário de que a economia entrou em uma fase de estabilização. “As vendas seguem em patamar baixo, mas já se observa uma tendência de quedas cada vez menores em relação ao ano anterior, o que deve ser visto também ao longo dos próximos meses. Quando separamos os dados ligados à renda, como itens de supermercados, artigos de papelaria e roupas daqueles ligados a crédito, como móveis e eletrodomésticos, material de construção e veículos, o que se vê é que os primeiros caem em velocidade menor”, explica. 
Em uma análise realizada pelo SPC Brasil, os itens ligados à renda recuaram 7,5% no primeiro semestre do ano, enquanto os dependentes de crédito caíram 14,2%. “Percebe-se, portanto, que a melhora da confiança do consumidor observada a partir do segundo trimestre deste ano ainda não se traduziu em melhora nas vendas e em maior demanda por crédito. Este cenário já era esperado, uma vez que as variáveis reais têm uma defasagem em relação aos dados de expectativa”, analisa Pellizzaro.
O crescimento de 0,1% na passagem de maio para junho foi influenciado por três das oito atividades pesquisadas pelo IBGE: tecidos, vestuário e calçados (0,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,8%). Já o varejo ampliado, que também inclui os setores de materiais de construção e veículos, motos e peças, teve uma queda na passagem de maio para junho de 0,2% no volume de vendas. Na variação anual, também houve uma forte queda, de 8,4%, porém menor do que a de maio, de 10,2%. Esse recuo foi puxado principalmente pela queda de veículos, motos, partes e peças, que recuou 15,2%, contribuindo com -4,2 pontos percentuais para o resultado final.

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