Por Juliana Barbiero
O Brasil é um país diverso em muitos sentidos. Na culinária e nos hábitos alimentares, não é diferente. O brasileiro diversifica o cardápio praticamente todos os dias: comidas de outras partes do mundo, como japonesa, chinesa e italiana, fazem parte do dia a dia de todos. E, apesar da oferta de cursos e alunos de culinária ter aumentado significativamente nos últimos anos, o mesmo brasileiro que aderiu às mais diferentes culinárias regionais e internacionais ainda tem a percepção de que cozinhar é uma arte, uma virtude.
Uma pesquisa feita com usuários de internet no final do ano passado mostra que 61% dos brasileiros não gostam de cozinhar quando isso se torna uma tarefa do dia a dia. Seja pela dificuldade enfrentada ou pelo pouco tempo que sobra para a cozinha, esta tem sido uma atividade deixada para os momentos de lazer e de descontração – para uma ocasião especial, receber os amigos, impressionar alguém.
A internet, assim como em outros setores, também influencia hoje a culinária e relação do brasileiro com a comida. Tudo começou com as listas de telefone online, às quais as pessoas recorriam para encontrar o telefone de seu restaurante favorito. Depois, foi para olhar o cardápio. Hoje, é um instrumento fundamental para quem quer se arriscar na cozinha ou mesmo para quem já está online e não quer perder tempo ao telefone para fazer um pedido.
O delivery, portanto já está consolidado como opção na vida dos brasileiros, seja para o corrido dia de trabalho ou mesmo para relaxar e “não ter que fazer nada” a noite. Segundo uma pesquisa do GS&MD, 59% dos brasileiros pedem comida em casa. E os pedidos de comida online, somente no principal site do país desta modalidade, cresceram 135% no ano passado.
A facilidade de localizar, escolher, ver cardápios e fazer pedidos, sem ter que ficar na espera do telefone, esperando o número desocupar ou tendo que confirmar mil e uma vezes o seu número e endereço logo aparece como mais uma alternativa para aqueles que não só conectados, estão sem tempo de preparar uma comida ou mesmo, pensar do cardápio da semana ou até sem paciência para lavar a louça.
Para quem é estudante e mora sozinho, a Internet já é mais que um meio de sobrevivência em muitos casos. E para estes, o hábito de se alimentar tem tudo a ver com matar a fome e se divertir – ou seja, o menos que eles gastarem em tempo, dinheiro e o máximo de praticidade que conseguirem, será a escolha sempre mais lógica. E como a Internet está sempre a mão dos mais antenados, vira a opção mais prática, simples e, por que não, econômica de saciar a fome.
Para os que trabalham muito, a relação com a comida tem muito a ver com a agilidade e a praticidade. Facilidades como agendamento de entrega de um pedido, ou simplesmente não terem que interromper uma reunião ou trabalho para pedir comida são fatores fundamentais. Além disso, são pessoas que, na maioria das vezes, trabalha o dia todo na frente do computador, com a internet ligada. Por que não pedir logo online?
Por último, ainda vale citar as famílias. Mães e pais normalmente relacionam a comida como uma forma de cuidado. Neste cenário, os pratos prediletos de cada um são escolhidos e feitos com carinho para cada um dos moradores das casas. Mas não é sempre que há tempo hábil para isso. Ainda assim, fazem questão de comer juntos. O delivery, então, torna-se uma opção viável para agradar a todos, sem ter que passar horas na cozinha.
O brasileiro não quer só comida, quer diversão, praticidade, diversidade, interação com familiares, amigos, e tudo isso, da forma mais rápida e prática possível. Neste cenário poder pedir em diversos restaurantes, escolhidos por localidade, em restaurantes com cozinhas diversas, com preços para todos os bolsos – tudo isso, usando a praticidade da internet – é uma tendência que vai pegar no Brasil.
Juliana Barbiero é diretora de marketing do RestauranteWeb