Rumo a serviços melhores

Não são apenas os avanços tecnológicos que dão força às startups de fintech. A forma como esses negócios trabalham é também um diferencial e um atrativo para o público. Na visão de Marcelo França, CEO e sócio-fundador da Celcoin, o ponto mais marcante dessas empresas é por possuírem foco. Ou seja, eles se propõem a resolver um problema e trabalham diretamente nele. “O banco normalmente faz tudo, mas há fintechs super especializadas em seguros, créditos, etc. Com isso, conseguimos uma estrutura mais enxuta e bastante focada em tecnologia”, comenta.
Por outro lado, o executivo tranquiliza ao afirmar que as fintechs e os bancos podem ter, sim, um futuro juntos, reforçando que os clientes devem resolver os problemas específicos com as startutps financeiras. “Esse movimento de migração ainda é lento, mas na hora do público resolver um determinado problema, seja compra de um seguro, seja empréstimo, ele vai passar a considerar as fintechs específicas para aquele problema.” Não por menos, já existem bancos tradicionais que estão estudando e investindo em aproximação com esses novos negócios, a fim de realizar uma convivência futura e se movimentando para esse novo cenário. O que, para França, poderá resultar em grandes vantagens para a sociedade, uma vez que a expectativa seja a criação e desenvolvimento de serviços financeiros cada vez melhores. “Uma maior qualidade no produto, no atendimento, custos menores e as fintechs vão pressionar os bancos também nesse sentido”, opina. “É assim que eu vejo um pouco o futuro, com melhores serviços a todos.”
Principalmente, porque ainda hoje é comum encontrar pessoas que tenham dificuldades de resolver os problemas nos bancos, reclamem da qualidade do atendimento, com as tarifas cobradas e as burocracias existentes. “Quando se opta testar uma fintech e aderir a seu produto financeiro, o cliente está atrás de algo melhor. Elas conseguem atrair clientes que querem um serviço melhor como um todo.”
No caso da Celcoin, o CEO detalha que o objetivo ao criar a empresa foi atender aquela parcela do público desbancarizada, subancarizada ou que tenha problema nos bancos e que ainda paga suas contas em lotéricas e correspondentes bancários. De acordo com ele, a estimativa é que 40% da população faça parte desse público. Ou seja, um grupo grande e que também tem dificuldades de realizar suas transações. “A gente hoje tem um base com 50 mil usuários e o principal desafio é realmente essa aceitação inicial, primeiro trazer o cliente e romper essa barreira da confiança. No nosso caso, o brasileiro tem ainda o hábito de pagar conta em lotéricas e correspondentes e nosso desafio é entregar um serviço que o faça mudar essa cultura”, diz.
Assim, além de campanhas, ações e outras estratégias de marketing, ele conta que o principal foco para a conquista é oferecer um serviço de alta qualidade, pois, assim, a chance de indicarem a outros que estejam em condições parecidas é grande. “Clientes que falam do produto, acabam trazendo mais clientes.” Sendo esse apenas o primeiro desafio do relacionamento, já que o outro é manter esse público na base e França acredita que a melhor estratégia nessa fase é o produto. “Uma vez que o cliente, depois de anos pagando contas em lotéricas, paga a primeira conta com celular e tem seu comprovante na mão, percebemos que isso ajuda muito a fidelizar, quando tudo funciona muito bem.”

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