Saúde financeira não tem fórmula



Autor: Edison Cunha

 

Não existe uma receita universal para manter a saúde financeira de uma organização em boas condições, mas sim práticas de gestão, que começam com a implementação de um planejamento de médio e longo prazos, com objetivos e planos de ação, abrangendo toda a empresa e, além disso, um orçamento realista e exequível como fecho de todas as ações.

 

Um bom sistema de apropriação de custos deve ser também considerado como uma ferramenta importante para monitorar a saúde financeira. O acompanhamento desta área, por meio de indicadores específicos de cada negócio, pode orientar o curso das ações, determinando que investimentos podem ser feitos, ou mesmo descontinuar algum produto ou serviço de baixa rentabilidade e aceitabilidade pelo mercado.

 

Apesar de tudo, alguns problemas sempre são encontrados nas empresas, principalmente naqueles que preferem não conviver com inovações e mudanças, já que se consideram eternamente bem-sucedidas. Essas organizações quase sempre deixam que seu histórico de sucesso se perpetue, fechando as possibilidades para novas idéias. Porém, sabemos que o mercado está em constante mutação e a concorrência, se modernizando e se tornando, também, bem-sucedida.

 

Sempre há aqueles que dizem: “usamos a mesma abordagem há anos e, como ela funcionou no passado, dará certo agora”, ou “entendemos os nossos clientes e há anos sabemos o que eles querem”. Nunca podemos esquecer que, para nos perpetuarmos no mercado, claro que temos que conhecer o nosso cliente, mas não podemos ficar sempre com a mesma receita de produção.

 

Outro problema crucial para as empresas é a questão de não ter um foco definido para as ações de mercado. Em geral, as organizações não têm um norte para orientar as estratégias de venda. Um exemplo disso são os produtos que possuem baixas margens, que, muitas vezes, continuam sendo oferecidos apenas para privilegiar o faturamento em detrimento do resultado.

 

Além de todos esses problemas, temos que considerar também aqueles relacionados à visão de curto prazo – sempre se olha à posição diária do caixa e deixa-se de lado o resultado a médio e de longo prazo – e a pouca ou nenhuma atenção aos custos – ou seja, convive-se com as despesas sem analisá-las detidamente e, quando se resolve cortar custos, faz-se de forma indiscriminada, sem atingir os objetivos desejados.

 

Como para tudo tem solução, não seria neste caso que não teria. No curto prazo, tem que ser levantado os custos diretos e indiretos, além de exercer um controle mais efetivo sobre os mesmos; rever os principais processos internos e identificar os custos envolvidos a cada atividade; estabelecer metas e objetivos visando à redução dos mesmos; e envolver os colaboradores nesta tarefa. Também é um ponto importante analisar as vendas, quantificá-las por categoria de produto/serviço, rever as margens operacionais e reorientar os esforços nos itens mais rentáveis.

 

Já no médio prazo, a primeira providência a ser tomada é reunir as informações sobre o mercado, volumes de vendas, produtos/serviços, receitas, custos, concorrência, tendências, e partir para um planejamento que permita a melhor tomada de decisão sobre os rumos dos negócios.

 

O mais importante de tudo, em qualquer momento da empresa, é sempre estar próximo de seus clientes, ouvi-los e estabelecer uma estratégia para fidelização e conquista dos mesmos. Estas são as chaves para o pleno sucesso e perenidade da organização.

 

Edison Cunha é diretor de operações da Trevisan Consultoria. ([email protected])

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