Criar uma cultura de segurança cibernética dentro da empresa pode diminuir o impacto dos ataques e aumentar a conscientização sobre práticas seguras
Autor: Fernando Nery
O Mês da Cibersegurança é um lembrete essencial para todas as empresas — especialmente para nós, que atuamos nas fintechs, onde a segurança digital precisa ser uma prioridade constante. Com o aumento global dos crimes cibernéticos, o impacto financeiro desse tipo de crime é alarmante: o custo médio de uma violação para empresas brasileiras, considerando vazamentos de dados e ataques cibernéticos, atingiu R$ 6,75 milhões este ano, um crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da IBM.
Na realidade atual, a importância da cibersegurança vai além de proteger dados e reforçar a confiança dos consumidores e investidores em nossas operações. Uma pesquisa global realizada pela Gemalto com mais de 10 mil consumidores mostra que 70% deixariam de fazer negócios com negócios envolvidos em violações de dados e, além disso, 69% dos consumidores afirmam que as empresas não dão a devida importância à proteção dos dados pessoais dos clientes. Esse número é importante para as fintechs, que se baseiam na confiança do cliente para sua operação. Investir em cibersegurança, portanto, é também investir na fidelização e lealdade de nossos clientes.
O desafio de manter a segurança é proporcional ao avanço tecnológico, já que cada nova tecnologia traz consigo novas vulnerabilidades. No setor financeiro, isso é particularmente relevante, pois as organizações financeiras se destacam, justamente, pela inovação e uso de dispositivos móveis para transações. Este cenário exige uma abordagem proativa e preventiva.
Para nós, líderes de fintechs, o Mês da Cibersegurança é um chamado para revisar nossos protocolos e educar nossos times. Criar uma cultura de segurança cibernética dentro da empresa pode diminuir o impacto dos ataques e aumentar a conscientização sobre práticas seguras. Empresas que implementam treinamentos regulares de segurança podem reduzir o risco de violações em até 70%, conforme aponta uma pesquisa da Wombat Security.
É preciso também buscar parcerias e certificações reconhecidas no mercado, como as normas ISO 27001. Essas certificações garantem padrões rigorosos e fornecem uma vantagem competitiva, pois 80% das organizações veem as certificações como um fator positivo na escolha de um serviço financeiro.
No contexto atual, proteger-se digitalmente é mais do que uma escolha estratégica, mas é uma necessidade. O Mês da Cibersegurança nos lembra de que cada novo passo em direção à transformação digital deve vir acompanhado de um compromisso com a segurança.
Fernando Nery é CEO da P3.