O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas avançou 2,0 pontos em maio, para 84,2 pontos, acumulando uma alta de 11,1 pontos em 2017. “A evolução favorável da confiança dos consumidores em maio propiciou a recuperação de parte das perdas ocorridas no mês anterior. O resultado foi influenciado pela melhora das expectativas com relação à situação financeira das famílias e o ímpeto de compras, ambos os quesitos positivamente influenciados pela inflação mais baixa e os juros nominais em queda. O aprofundamento da crise política no país a partir do dia 17 ainda não foi detectada na pesquisa, embora o resultado da coleta de dados posterior a esta data sinalize que o aumento de incertezas no ambiente político possa motivar uma maior cautela dos consumidores nos próximos meses”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em maio, a percepção dos consumidores quanto à situação atual permaneceu relativamente estável, enquanto que, em relação ao futuro, houve melhora das expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,3 ponto, para 70,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 3,5 pontos, atingindo 94,6 pontos.
Quanto à situação financeira das famílias, o indicador de situação financeira atual apresentou um recuo de 1,3 ponto, o maior desde dezembro de 2016 (-4,6), atingindo 64,1 pontos. Apesar do nível de satisfação dos consumidores em relação à situação financeira familiar ainda esteja baixo e em queda há dois meses, as expectativas em relação aos próximos meses voltou a melhorar e atinge 95,5 pontos, o maior nível desde outubro de 2014 (96,4).
Com melhores perspectivas sobre as finanças familiares, os consumidores também responderam de forma mais favorável o quesito que mede o ímpeto por compras de bens duráveis, que exerceu a maior influência sobre o ICC no mês, com alta de 7,4 pontos, para 78,5 pontos, recuperando a queda de 7,2 pontos apresentada no mês anterior.
Entre as diferentes faixas de renda a evolução da confiança não foi homogênea. As famílias com renda mensal até R$ 2.100,00 e acima de R$ 9.600,00 recuperaram a queda da confiança ocorrida no mês anterior. Já as famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 9.600,00 registraram novas perdas. Especificamente para os consumidores com renda familiar entre R$ 2.100 e R$ 4.800, essa queda é consequência de uma piora da situação financeira familiar, que atingiu o menor nível já apresentado para este quesito entre todas as rendas: 40 pontos.