Autor: Carlos Alves
O comércio eletrônico vem crescendo continuamente nos últimos anos. Segundo os dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a projeção para 2019 deve atingir 16% a mais que o volume de vendas alcançado em 2018 – cerca de R$ 79,9 bilhões. O número de lojas virtuais deve atingir 87 mil e a participação de micro e pequenas empresas deve ser de 29% nesse ano.
Os números mostram como as startups conseguiram movimentar ainda mais um setor já em expansão. Lá fora, no setor de varejo eletrônico, elas apontam para a criação de marcas que tenham propósito e levem mensagens de inclusão aos clientes. A americana 11 Honoré, por exemplo, se tornou a primeira startup a oferecer tamanhos plus size de roupas de alta moda, contemporânea e jovial. Outra boa sacada da marca foi a criação de uma plataforma editorial, a Page 11, que fala de moda, viagem e beleza para que as consumidoras se relacionem com o lifestyle proposto pela empresa.
Pensando em modelos de negócios, quem trouxe inovação foi a Rockets of Awesome que investiu no método de análise de dados chamado machine learning com inteligência artificial para criar kits de roupas customizadas com base em um questionário respondido pelas mães. Com a assinatura mensal, uma caixa é entregue com diversos itens. O que a mãe não gostar, pode ser devolvido.
Além de aproximar o consumidor e torná-lo fiel à marca, essas empresas investem em tecnologia de ponta e análise de dados de vendas para criar peças que viram best-sellers em seus segmentos. Dessa mesma maneira, filtros que mostram peças de acordo com as preferências do cliente de acordo com compras e engajamento prévios, tornou-se uma estratégia mais efetiva que promoções.
Outra estratégia adotada por startups de sucesso são as ferramentas de marketing para analisar comportamento e compreender a audiência, responder em tempo real ao adicionar um live chat, já que muitos consumidores têm dúvidas antes do momento de decisão de compra do cliente. Uma pesquisa realizada nos EUA e Reino Unido reuniu respostas de consumidores e 31% deles são mais suscetíveis a comprar após utilizarem o chat. Dados de movimentação financeira, mas também de tempo de visualização da página, interação do cliente pela loja virtual são cruciais para que as novas empresas já nasçam com características inovadoras.
Apostar em ferramentas digitais, mapeamento de dados com auxílio de inteligência artificial e, ao mesmo tempo, criar engajamento por meio de canais de contato com os clientes por meio de uma conversa direta e em plataformas sem poluição visual, seguem como os principais segredos por trás das startups que revolucionam o varejo.
Carlos Alves é diretor de marketplace da ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, head de e-commerce na Riachuelo e vice-presidente da ABLEC – Associação Brasileira de Lojistas de e-Commerce.