Autora: Daniela Schermann
Storytelling nada mais é do que a prática de se contar uma boa história. Nos últimos anos, o termo ganhou relevância nas mais diferentes áreas: na publicidade, no marketing, no varejo, na indústria de games e em todos os lugares os profissionais estão preocupados em encontrar formas de reter a atenção do seu interlocutor e ser relevante para ele. Quem gosta de ler, sabe o prazer de não conseguir largar um livro. Aquele desejo de ler “só mais um capítulo” para saber o que vai acontecer com aquela personagem, que é apenas uma obra de ficção descrita com palavras no papel. O objetivo do storytelling é causar essas mesmas emoções na pessoa que está consumindo seu conteúdo.
Um dos grandes desafios, hoje, é conseguir prender a atenção do seu interlocutor até o fim daquilo que você está oferecendo para ele, seja um texto, um vídeo ou um infográfico. Existem diferentes formas de se fazer relevante e o storytelling consiste em identificar qual é a mais apropriada para o seu conteúdo e aplicá-la na prática: humor, sensibilização, emoção, drama, identificação pessoal. O que importa, para atingir relevância é encontrar os meios para que a sua história se torne única e envolvente.
Para fazer uma pesquisa de mercado online, você precisa conquistar a sua audiência. Ou seja, os respondentes, para que eles se mantenham interessados e engajados para responder o questionário até o fim. E existem alguns artifícios do storytelling que você pode aplicar na sua pesquisa para se tornar relevante, aumentar a taxa de resposta e também a qualidade delas. Já que os entrevistados estarão mais interessados e motivados a responder.
Seja coerente
Já terminou de ver um filme com aquela sensação de que você não entendeu nada? Personagens entram e desaparecem da história sem nenhuma explicação. Se a gente precisa fazer muito esforço para conseguir acompanhar a história, dá preguiça e paramos de prestar atenção. Um questionário confuso, em que as perguntas aparecem de forma aleatória e que muda de assunto de uma hora para a outra, vai gerar a mesma preguiça no seu respondente e a taxa de desistência vai ser muito maior do que a de um questionário coerente.
Sempre faça um texto de introdução no seu questionário, antecipando quais os temas que serão abordados e explicando o porquê daquela pesquisa estar sendo realizada. Ao entender a importância do tema, o entrevistado se sente parte, entende a sua missão ao responder àquelas perguntas e estará mais motivado. Agrupe as perguntas por tema. Se você está fazendo uma pesquisa de satisfação, por exemplo, faça todas as perguntas relativas ao atendimento juntas. Em seguida, todas relacionadas ao produto e assim por diante. Lembre-se de estabelecer uma sequência que faça sentido para o entrevistado.
Converse diretamente com seu público-alvo
Se a sua marca é voltada para a terceira idade, não adianta querer criar uma ação linda no Snapchat. Da mesma forma, a linguagem do seu questionário não vai ser a mesma que aquela que você faria com um público até 25 anos. É muito importante ter em mente quem é o público-alvo da sua pesquisa na hora de construir o seu questionário. Assim você pode se comunicar diretamente com ele, com uma linguagem apropriada e exemplos pertinentes para os seus respondentes.
Aposte em recursos multimídia
Uma imagem vale mais do que mil palavras, certo? Então, não se esqueça de usar vídeos e imagens para ilustrar seus questionários. Quer saber o que as pessoas acham de uma campanha? Exiba o vídeo e pergunte. Vídeos e fotos ajudam a obter respostas mais precisas e tornam seu questionário mais dinâmico e interativo, aumentando o engajamento de quem for responder.
Tenha um objetivo claro
Sabe quando você termina de ler um texto e fica com aquela sensação de tempo perdido? Aquele conteúdo não acrescentou em nada, pois não tinha nenhuma informação nova. A sua pesquisa não pode ser como um conteúdo vazio. Ela precisa ter um objetivo claro para existir e este é o primeiro passo para sua pesquisa ter sucesso. Por isso, só comece a criar o seu questionário depois de definir o objetivo da sua pesquisa.
Como contar uma boa história sem enrolação?
Ninguém mais tem tempo a perder, por isso, um dos principais preceitos do storytelling é ser objetivo. Alguns especialistas afirmam que uma das primeiras perguntas que você precisa fazer é: “qual a maneira mais curta de contar a minha história?”. Você não quer que o seu entrevistado desista no meio da pesquisa e nem quer gastar tempo analisando respostas que não valem para nada. Tenha foco na objetividade, tanto no número de questões que você irá colocar no questionário, quanto na construção dos enunciados das questões.
Apresentação dos resultados
Normalmente, após a realização de uma pesquisa, é necessário apresentar os resultados para outras pessoas, seja a diretoria da empresa, seu cliente, seja sua equipe interna. Com o storytelling você pode ir além. Conte uma boa história, seja através da emoção, do humor ou de um personagem bem construído.
Quer ver uma sugestão bacana? Você fez uma pesquisa de satisfação e vai apresentar os resultados para os seus diretores. Crie dois personagens, a Maria, que representa os satisfeitos, e o João, que representa os insatisfeitos. Descreva os dois personagens, conte porque a Maria gosta da marca e qual foram as principais experiências negativas que o João teve. Cite frases da Maria e do João com base nas respostas abertas da pesquisa. Dê asas a sua imaginação e as boas histórias virão.
Daniela Schermann é líder de marketing do Opinion Box