Autor: Paulo Ancona Lopez
“Faltam marcas para atender à demanda e ao apetite de compradores.” Ouvimos isso de um consultor especializado em aquisições e fusões. De fato, o mercado está fervendo e empresas de todos os segmentos, de grandes indústrias ao franchising de varejo, devem estar prontas para receber boas propostas de compradores. Algumas estão sendo criadas ou totalmente modificadas para se tornarem visíveis e atraentes.
As propostas, entretanto, só chegarão para companhias que estiverem bem estruturadas, dentro do contexto competitivo de hoje; que apresentem um real potencial de expansão e crescimento; e que, acima de tudo, tenham luz própria, ou seja, estejam vivas de fato e não sejam meros conglomerados de pessoas e recursos.
Uma empresa viva é aquela que possui qualidades e energia suficientes para acompanhar a incessante maratona em que se transformou o mercado globalizado. Para saber se é este o caso do seu negócio, não são necessários demorados diagnósticos. Basta a análise de alguns de seus principais indicadores, algo possível com a resposta a algumas perguntas básicas:
– Sua marca está claramente posicionada e as estratégias são integradas a este posicionamento, de forma que qualquer funcionário possa dissertar sobre?
– Os processos são bem definidos e conhecidos pelas equipes, a ponto de serem efetivamente respeitados e modificados quando existe a possibilidade de melhoria?
– Seu modelo de negócios e de gestão foi renovado ou é o mesmo que “no passado nos levou ao sucesso”?
– Existe um constante desenvolvimento de serviços e produtos ou são os mesmos oferecidos nos últimos cinco anos?
– Sua comunicação com o mercado é precisa e clara ou é confusa ou praticamente inexiste?
– As equipes e as lideranças agem de forma tão autoconfiante a ponto de poderem ser classificadas como “operando numa zona de conforto”?
– É comum que as pessoas de todos os níveis tenham o costume de justificar os resultados, sempre encontrando razões que mostrem que “nada mais pode ser feito”?
– As decisões são lentas e difíceis, acabando muitas vezes em “ações não-implantadas”?
Empresas que têm respostas inadequadas a estas questões básicas devem iniciar, com extrema urgência, um processo de revitalização. As mudanças devem partir do alto escalão, de onde emanam a cultura corporativa e os modelos de gestão.
Não existem tempo ou espaço para empresas mal posicionadas e mal estruturadas. Os exemplos de sucesso apontam para os caminhos a serem seguidos, ainda que as mudanças de rumo possam produzir dor ou exigir um esforço que muitas vezes só é possível com o auxílio de especialistas. Ao final, fica uma certeza: no mercado atual, o oxigênio da inovação é o que pode manter viva a sua empresa.
Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona. ([email protected])