Autor: Thomaz Camanho
Ainda refém dos impactos causados pela pandemia da Covid-19 e diante da alta da inflação, que em julho chegou a 8,99% no acumulado de 12 meses no país, a indústria de Bens e Consumo, bem como o Varejo Físico, enfrentam um momento desafiador. Afinal, além da queda no consumo, questões como o real desvalorizado frente ao dólar, o aumento nos custos de produção e logísticos e o desequilíbrio na disponibilidade de insumos para a produção industrial – o qual afetou 70% das empresas do ramo no primeiro semestre do ano segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) –, sem dúvida, adicionaram um peso a mais na balança de ambos os setores.
Porém, apesar de tantas incertezas, o prognóstico para o segundo semestre de 2021 já aponta para uma ligeira recuperação das Vendas no Varejo, sobretudo por conta do avanço da vacinação, do retorno gradual das atividades econômicas com o afrouxamento das medidas restritivas e do período sazonal marcado por comemorações como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, por exemplo.
E mesmo com o salto dado pelo Varejo Digital nos últimos tempos – o setor teve aumento de 57,4% no primeiro trimestre de 2021 de acordo com dados da Neotrust -, a expectativa é que o Varejo Físico retome seu lugar, seguindo a tendência omnichannel. Ou seja, integrando experiências físicas e digitais com o intuito de aperfeiçoar a experiência do consumidor final.
Sendo assim, podemos dizer que o momento é difícil, mas também oportuno, demandando, portanto, cautela e análise crítica. Além de traçar um planejamento inteligente a fim de minimizar os prejuízos sofridos e investir na retomada das atividades de forma efetiva, também é preciso contar com metodologias ágeis durante o processo de execução. Com visibilidade em tempo real, é possível alinhar estratégias semanalmente, deixando de olhar no retrovisor apenas quando já se passou um mês inteiro de ações, o que é fundamental para reduzir gastos com ações ineficientes.
Para isso, uma boa aliada tem sido a tecnologia. No caso das Indústrias que investem em verbas comerciais no Varejo, por exemplo, a implementação da plataforma de Trade Promotion Management se apresenta como uma excelente oportunidade de abandonar, de uma vez por todas, planilhas em Excel, trocas de e-mails e o tempo das equipes com processos que, feitos manualmente, são extremamente suscetíveis a erros, desencontro de informações – que dificultam uma análise mais assertiva e aprofundada – e, claro, perdas financeiras.
Inclusive, isso cabe a todas as etapas do processo de gestão de verbas comerciais, que vai desde o planejamento orçamentário até a execução e a comprovação de ações comerciais, metrificando a cadeia de verba comercial assim como a internet faz com a publicidade. Em constante crescimento na América do Norte e na Europa, mas ainda desconhecido por grande parte dos profissionais da Indústria brasileira, o mercado de TPM tem se mostrado uma tendência global para que os times de Vendas e Comercial consigam tomar decisões assertivas. E tudo isso com base em Inteligência Artificial, Big Data e um módulo transversal de TPO (Trade Promotion Optimization), que funciona como uma ferramenta analítica e de planejamento preditivo, calculando a elasticidade de preço e potencial de venda por tipo de canal, marca e cliente.
Pesquisa realizada pela Arker já aponta que a rentabilidade das empresas que investem em TPM chega a 10%. O que representa um ganho de R$ 2 milhões para uma empresa com faturamento anual de R$ 200 milhões, por exemplo. Até porque sabemos que durante um cenário turbulento, uma coisa é certa: é imperativo atualizar-se para manter-se em destaque competitivo num mercado tão heterogêneo e em constante evolução.
Há um grande rol de possibilidades tecnológicas disponíveis, e, daqui para a frente, não tem jeito. Cada vez mais será preciso buscar soluções seguras e assertivas, otimizando e aperfeiçoando processos, a fim de se recuperar do tombo já sofrido e seguir adiante, se possível, de carrinho cheio.
Thomaz Camanho é CEO e fundador da Arker.