É preciso saber como utilizá-los de forma complementar, pois cada um oferece vantagens específicas e possui desafios únicos
Autor: Alessandro Chelini
Devido à demanda crescente durante a crise de saúde causada pela Covid-19 a partir de 2020, a telemedicina e o teleatendimento passaram a ser utilizados amplamente por operadoras de saúde e serviços públicos e particulares como uma forma de conter o avanço do vírus. Prova disso é que, conforme a pesquisa publicada na revista científica PLOS ONE em julho de 2021, no Brasil, houve um aumento de mais de 800% no uso da telemedicina nos seis primeiros dias da pandemia. Mas você sabe a diferença entre essas duas modalidades?
O teleatendimento é uma maneira eficiente de lidar com questões simples, que podem ser resolvidas com a interação humana por meio de uma plataforma de comunicação. Com ela, a assistência ao paciente é realizada por profissionais de saúde para o primeiro atendimento, como verificação de sintomas (febre, dor de cabeça, coriza), e o encaminhamento para um especialista.
Já o termo de telemedicina diz respeito a uma abordagem mais ampla, que engloba a utilização de soluções que possam contribuir para um melhor atendimento. Portanto, tal modalidade está associada a tecnologias de reconhecimento de voz e inteligência artificial que facilitam a interação remota, como relógios e roupas que podem monitorar sinais vitais, se conectar com salas de videoconferências, entre outros.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o teleatendimento pode ser aplicado em casos de pacientes remotos, urgências ou apenas serviços de informação. O recurso também pode ser utilizado para uma segunda opinião dos profissionais da saúde ou troca de informações entre clínicas e hospitais.
Por outro lado, a telemedicina, ainda de acordo com a OMS, vai além, envolvendo serviços de transmissão de diagnósticos de raio-X, resultados de exames laboratoriais e gestão de dados de prontuário e histórico de pacientes. Além disso, os recursos da modalidade também podem atuar em conjunto com outras iniciativas, como realidade virtual e robôs, para monitorar cirurgias e procedimentos remotos.
Entretanto, vale ressaltar que, em muitos cenários, a telemedicina ainda enfrenta desafios estruturais, como conexões, tecnologias necessárias para fazer consultas remotas e questões de privacidade e segurança. Em contrapartida, o teleatendimento não deve ser visto como o substituto para um atendimento presencial, principalmente em casos de emergência.
Assim sendo, o ideal é utilizá-los de forma complementar, pois cada um oferece vantagens específicas e possui desafios únicos. Em resumo, os cenários devem ser avaliados dentro de seus respectivos contextos, e um mapeamento da jornada pode contribuir para criar a melhor solução para os usuários.
Alessandro Chelini é evangelista da Avaya no Brasil.