Autor: Acácia Lima
Na última sexta-feira, dia 23, milhares de brasileiros se encheram de expectativas para obterem descontos e oportunidades de compra na Black Friday – imitação do evento norte-americano conhecido mundialmente por sua queima de estoques com descontos arrasadores. Entretanto, por aqui não foi bem isso o que ocorreu, tanto que o evento ficou conhecido nas redes sociais como “Black Fraude”.
Impossibilidade de acesso a sites, maquiagens de preços, promoções erradas e oportunismo foram apenas alguns dos problemas que tiveram que ser suportados por aqueles que acreditaram que a Black Friday do Brasil seria algo confiável. Os consumidores, por sua vez, usaram o Facebook e o Twitter para denunciar abusos e demais tentativas de enganação por parte dos empresários brasileiros.
O Black Friday foi criado nos EUA para que as empresas pudessem “queimar” seus estoques, jogando produtos antigos a preços realmente convidativos, fazendo com que o comércio incrementasse suas vendas e pudesse receber os novos produtos visando o Natal.
No Brasil isso evidentemente não ocorreu, sendo a data tratada apenas como mais um dia de liquidações, o que contribuiu para promoções falsas e descontos tão tímidos quanto ilusórios. Além disso, várias promoções foram feitas por restaurantes e até empresas de assistência médica no Black Friday. Ora, o que estas promoções têm a ver com queimas de estoque?
Analisando as ocorrências observadas no Black Friday, a verdade é que duas grandes lições podem ser aprendidas: a primeira é que há um enorme potencial do Black Friday no Brasil para quem respeitar o consumidor e realmente entender e aplicar o conceito deste dia. A segunda é que, felizmente, com as mídias sociais ficou muito mais fácil patrulhar e divulgar empresas gananciosas e sem a mínima preocupação com o consumidor.
Dessa forma, acredito que a próxima edição do Black Friday seja melhor do que a deste ano, e que o consumidor brasileiro, através do recente poder de denúncia conquistado nas redes sociais, seja respeitado de uma forma cada vez mais próxima do ideal.
Acácia Lima é jornalista e diretora da YellowA.