Quantas vezes você olha seu celular? Muitas ou poucas vezes, essa é uma quantidade que muitos não medem – ou nem param para pensar. Há estudos que indicam que as pessoas checam seus aparelhos em uma média de 60 vezes ao dia. Seja para utilizá-lo, seja para averiguar coisas rápidas (horário, clima, notificações etc). Mas não é preciso uma pesquisa muito apurada para constatar isso, basta dar uma olhada rápida ao redor e notar a quantidade de vezes em que as pessoas mexem em seus smartphones. Um comportamento que reflete na maneira de tratar as relações de consumo e hábitos de compra.
Mariana Malanconi, gerente de marketing digital da Bayer, comenta que a expectativa do consumidor em ter um retorno rápido também é cobrado nas empresas e aquelas que não estiverem trabalhando para driblar essa condição, com certeza perderão espaço no mercado. “As empresas precisam se adaptar a essa nova realidade ultra conectada para continuarem sendo próximas e relevantes para os clientes”, afirma. Tanto que quem escolhe hoje como vai querer consumir algo, onde e até de quê maneira quer ter acesso à informações, como publicidade, é o próprio público. “A fidelização e preferência que eles tinham, estão muitas vezes ficando de lado, e a marca herói é aquela que esta diante dos olhos do consumidor, naquele exato momento que ele precisou.”
No caso da Bayer, a executiva conta que a área de consumer health trabalhou para que o seu produto para candidíase, Gino Canesten, tornasse-se uma solução imediata para as clientes. Assim, a estratégia foi fazê-lo um remédio sem necessidade de prescrição médica e, ainda, a realização de parcerias com algumas farmácias para entrega em até quatro horas. Um planejamento possível somente por meio da utilização de ferramentas de buscas e do conhecimento da jornada do seu público, entendendo quais eram os maiores problemas enfrentados por elas no assunto. “Já estamos com 400 mil visitas no site e conquistamos a liderança no mercado”, detalha ela os resultados conquistados.
Esse projeto é um exemplo de como, hoje, as macas podem trabalhar com esse conceito de micro-moment em seu benefício. A principal estratégia com essa tendência é capturar a atenção do consumidor sendo útil e criativo. “Um conteúdo contextualizado sobre o que o usuário procura tem muito mais sucesso do que um conteúdo puramente vendedor”, diz Mariana. E esse material deve ser oferecido no real instante em que o cliente realizou uma busca ou se mostrou interessado por algo. É maneira de se apresentar como relevante para a vida dele. “Os micro-moments não são criados, e sim antecipados para poderem ser aproveitados assim que acontecem. Quando o seu consumidor estiver procurando pela sua categoria, o ideal é que você seja a primeira opção, ou uma das primeiras, a aparecer na ferramenta de busca”.
Uma dica dada pela executiva é procurar pensar como o público, no momento em que se é cliente o que desperta e desagrada mais e procurar colocar isso em prática nas estratégias do negócio. “Tente pensar no que o seu consumidor procura online referente à sua categoria. Mais do que o nome da sua marca, ele busca por situações que ele vivencia nos micro-moments”, ressalta. “Você direciona o consumidor para o conteúdo que ele quer ver? Você responde o que ele está procurando de forma rápida e clara?”. Mais do que estar presente no instante em que a pessoa deseja comprar algo, é preciso estar com ela a toda hora. Com cuidado para não ser intrusivo demais, é preciso acompanha-la sempre e fazê-la lembrar de que, quando precisar, é para escolher a sua marca. “O consumidor de hoje em dia, principalmente os famosos millenials multitarefas, não é tão leal às marcas quanto ele é leal às suas necessidades. Quem melhor atendê-lo ganha a sua preferência.”