A atenção das organizações para as ações sustentáveis é uma tendência que vem se intensificando nos últimos dois anos principalmente, na avaliação de Fábio Beltrão, sócio-diretor de inteligência de mercado da consultoria GS&MD – Gouvêa de Souza. “Esse processo é irreversível e vai se tornar um padrão para as organizações e para o consumidor, que vai exigir cada vez mais esse comportamento das empresas”, prevê, em entrevista exclusiva ao portal ClienteSA.
Nesse sentido, há dois principais objetivos, como coloca o especialista: o primeiro é melhorar os processos internos e de produção, eventualmente reduzindo custos e produzindo produtos de melhor qualidade, e o segundo é se aproximar dos anseios do consumidor, criando empatia e fidelidade para que isso se converta em vendas, de alguma forma. “A tendência é que, no médio prazo, o consumidor se informe e consuma produtos de marcas com ações de sustentabilidade. E que preços sejam mais competitivos, já que este atributo continua sendo de importância para o consumidor”, projeta. “Ainda temos um caminho longo até que o consumidor consiga entender com profundidade esse conceito, mas o importante é que ele continua procurando se informar e ser cada vez mais crítico com as empresas, cobrando ações e produtos melhores”, complementa.
E a ideia? É mais marketing ou responsabilidade? As empresas que se posicionam com uma “falsa sustentabilidade” não devem se manter por muito tempo com a aparência, na visão de Beltrão. “Há, sim, uma real preocupação, porém muitas empresas ainda se valem de pirotecnia nesse assunto, tentando passar uma imagem irreal ao seu consumidor. Essa conduta é de alguma maneira desmascarada ao longo do tempo, ainda mais com as ferramentas de repercussão instantânea como as redes sociais”, analisa.