Autor: Luiz Torres
Segundo o levantamento “Global Apps Trends” feito pela Adjust, empresa de análise e prevenção de fraudes em aplicativos, o Brasil é o segundo mercado de apps que mais cresce no mundo, atrás apenas da Indonésia. Entre os setores que mais crescem no país estão os aplicativos de compras, viagens e transportes. Mas eles estão com os dias contados para dar lugar aos super apps – os super aplicativos na qual é possível fazer tudo em um único lugar.
Imagina pedir comida, fazer compras de supermercado, pedir um táxi ou realizar qualquer tipo de pagamento dentro de um mesmo aplicativo? Algo semelhante ao que a Rappi vem tentando fazer aqui no Brasil, agregando diversos serviços em uma única plataforma, e o Wechat faz com maestria na China. Isso tudo porque os aplicativos perceberam relativamente tarde um desafio a ser vencido: a retenção e o engajamento do usuário. Geralmente, com diversos apps nas stores para serem instalados, os usuários tendem a experimentar uma vez ou outra, para depois não retornarem e até desinstalarem – seja por falta de interesse ou por memória do smartphone.
Por outro lado, apps de troca de mensagens e redes sociais como Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp tem uma grande força e potencial de engajamento e já deram sinais de que vão entrar nessa disputa oferecendo produtos e serviços sem que o usuário precise sair da sua rede. Zuckenberg inclusive já sinalizou que o Messenger e o WhatsApp podem fazer pagamentos dentro de suas próprias plataformas através do uso de QR Code. Os meios de pagamentos já mostram suas caras por aqui também.
Os super apps farão parte de uma renovação dos aplicativos, resultando em uma série de mortes precoces de tantos outros que pareciam ter chegado para ficar. Para se adaptar a esse novo cenário, o mercado terá que se reinventar e acompanhar a onda do futuro que está decidida a manter o engajamento do usuário de forma ativa e constante. Enxergamos esse cenário como uma grande disputa para saber quem fica no seu celular. Com tamanha oferta e procura, é preciso que as redes de varejo e lojistas, de uma forma geral, compreendam as diversas vertentes que poderão agregar e acompanhar dentro dos negócios em que atuam. A tendência é que os gigantes ocupem grande parte desse mercado, porém, se os pequenos já iniciarem seus estudos e pesquisas de logística, investimentos e parcerias, podem se manter na concorrência oferecendo mais uma opção para o consumidor final.
São muitos os desafios dessa mudança, mas as transformações serão necessárias para quem quiser se manter “instalado”. Tanto buscamos por especializações nisso ou naquilo que muitas vezes esquecemos que o dia a dia corrido dos usuários requer praticidade e qualidade de uma forma ágil e rápida. Deixo aqui a reflexão sobre o assunto de que, às vezes, fazer de tudo um pouco é o melhor caminho para o sucesso.
Luiz Torres é CEO da Flores Online.