Não foram apenas as novas tecnologias que resultaram nas mudanças de relacionamento entre empresas e clientes. Na verdade, foi uma série de evoluções que propiciaram para um contato mais humano e o desenvolvimento do marketing H2H. De acordo com Henrique de Campos Junior, consultor da Marco Marketing Brasil, alguns pontos podem explicar a utilização do Human to Human como ferramenta para humanizar as relações com os consumidores. Por exemplo, a alteração no perfil do consumidor, principalmente, nas gerações mais recentes, como os Millenials, que buscam por experiências e conexões em todas as relações. Ou, então, a grande quantidade de ofertas, que obriga os negócios a procurarem por diferenciais para suas ofertas. “Esses movimentos são de longo prazo, o que sugere que relações mais pessoais e humanas devam ser tendências também de longo prazo”, diz ele.
O executivo ainda explica que o modelo que compete com o H2H é aquele que prega o uso intensivo de dados para prever e otimizar a relação com clientes. Dessa maneira, prevê-se que o futuro do marketing será uma posição entre um ponto e outro. Ou seja, ao mesmo tempo em que se realizará a comunicação mais humanizada e próxima, as empresas continuarão a fazer grande uso das informações que recebem, com o intuito de atenderem as demandas dos clientes. E, de fato, a união desses modelos é uma realidade crescente, uma vez que sem conhecimento aprofundado do consumidor, de suas preferências e necessidades, dificilmente se conseguirá criar laços e diálogos próximos. Pois, como conversar com o cliente, se não se sabe qual é a maneira e canal que ele mais gosta de trocar conteúdo?
Por outro lado, Campos Junior lembra que o marketing H2H não é uma coisa totalmente recente no mercado. Principalmente no varejo norte-americano, o engajamento é um processo muito forte e importante para a fidelização do público. Segundo ele, lá é comum os varejistas locais terem uma proximidade e influencia nas comunidades. Tanto que muitos fornecem os primeiros empregos aos jovens, abrem seus espaços para exposições de trabalhos de artistas locais, realizam shows e até jantares dentro de suas lojas. “Em resposta a essas iniciativas, existem diferentes movimentos de compra do pequeno varejista que emergem da comunidade”, comenta.