Varejo inicia o ano em alta


O ano começou bem para o varejo, segundo aponta a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Em janeiro, o faturamento real do setor foi 7,4% superior ao obtido no mesmo período de 2006. A desenvoltura do varejo neste início de ano também surpreende, quando comparada aos resultados do setor no Natal. Em dezembro, o faturamento real do comércio varejista cresceu apenas 0,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

O desempenho apontado pela pesquisa é resultado do crescimento inesperado de três segmentos: Veículos (novo recorde de vendas no período), lojas de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos e de Material de Construção. Ao contrário de 2006, quando os supermercados foram os grandes responsáveis pelo crescimento de 5%, este ano começa com apostas mais fortes nos setores que dependem de crédito.

A oferta de financiamentos às pessoas físicas e pequenas empresas cresceu 15% no primeiro mês de 2007 e, segundo a Fecomercio, a tendência de queda dos juros, combinada ao alongamento dos prazos de pagamento, deverá manter-se por mais algum tempo, apesar do nível elevado de endividamento do consumidor.

Apesar do crescente endividamento dos consumidores, a tomada de crédito ainda continua sendo uma das alternativas para o consumo, segundo o presidente da entidade, Abram Szajman. “Com o alongamento dos prazos de financiamento, o crédito ainda é uma alternativa, tanto para a pessoa física, quanto jurídica. É importante ressaltar que com dívidas mais longas, o consumidor acaba restringindo, a longo prazo, seu poder de compra”, observa Szajman.

A entidade assinala que o fator renda tende a ser menos relevante neste ano, o que acarreta queda em segmentos diretamente influenciados por este aspecto, como supermercados, por exemplo. Os próximos resultados ampliarão o campo de análise, balizado hoje pela surpresa de resultados inesperados, fortemente influenciados pela abundância de crédito, e pela preocupação com o desempenho das vendas de produtos de maior valor unitário.

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