O ritmo de crescimento de vendas no varejo para os meses de novembro e dezembro tiveram alta de 7,6% e 6,6%, respectivamente, em comparação com os mesmos períodos do ano passado, de acordo com o Índice Antecedente de Vendas, realizado mensalmente com os associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo, IDV. Para o presidente do IDV, Flávio Rocha, os números podem ser creditados à recuperação do ritmo de vendas nos diversos segmentos. “E também à resiliência do mercado de trabalho e à desaceleração da inflação de alimentos, que havia pressionado o segmento de não duráveis no primeiro semestre, já que este segmento tem uma contribuição significativa no desempenho do varejo”, analisa Rocha.
Já para outubro, o indicador do IDV manteve a tendência de crescimento devido, principalmente, à estabilidade da inflação e à manutenção da redução de IPI para móveis e eletrodomésticos. Os associados apontaram para o mês de outubro um aumento das vendas de 6,1% na comparação com o mesmo período de 2012.
O varejo de não duráveis, que responde pelas vendas de alimentos, entre outros, apontou um nível baixo de crescimento em outubro e recuperação a partir de novembro. Assim, o segmento passaria de uma alta de 2,9% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano anterior para um crescimento estimado de 5,3% em novembro e 4% no último mês do ano.
Já o setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, foi o grupo com desempenho mais elevado no período. Os associados apontaram alta de 9,1% das vendas realizadas em outubro. Para novembro e dezembro, observa-se uma manutenção das vendas em níveis elevados, com expectativa de crescimento de 9,6% e 11,7%, respectivamente.
Com a manutenção das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados para linha branca e móveis, além do início do programa governamental “Minha Casa Melhor”, os associados divulgaram que o segmento de bens duráveis atingiu alta de 8,3% em outubro. Para este e o próximo mês, as estimativas situam-se em 9,3% e 5,9%, respectivamente.
No mês passado, o cenário econômico nacional foi marcado pela continuidade do aperto monetário do Comitê de Política Monetária, Copom, do Banco Central, que se reuniu em 8 e 9 de outubro e decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, passando de 9% para 9,5% ao ano. Foi o quinto aumento consecutivo na taxa Selic, maior nível desde abril de 2012. Especialistas apontam expectativa de novo aumento de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom, agendada para 26 e 27 de novembro.