Os maiores sonhos de consumo do brasileiro são, por ordem de prioridade: fazer uma viagem para o exterior (15%), fazer uma viagem nacional (12%), comprar um carro (9%), fazer viagens de final de semana (8%) e fazer uma cirurgia plástica (7%). É o que aponta um estudo encomendado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, realizado junto a 620 pessoas maiores de 18 anos, de todas as 27 capitais brasileiras.
Por outro lado, essas pessoas afirmam que, em média, somente três em cada dez sonhos de consumo (27%) já foram realizados. Os mais citados foram viajar (31%), frequentar restaurantes, bares e boates (22%), seguido da compra de itens relacionados à beleza (8%) e da compra de eletrônicos (7%). Dentre aqueles sonhos ainda não realizados, 89% se devem ao fato de irem além da capacidade financeira dos entrevistados. Em geral, cada desejo apontado pelos pesquisados custa em média R$ 5,4 mil, porém este valor aumenta para R$ 6,4 mil entre os pertencentes às classes A e B e cai para R$ 4,8 mil entre os consumidores das classes C, D e E.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o estudo também apontou o motivo por que a maioria dos brasileiros ainda não conseguir concretizar suas principais realizações materiais. “Apesar de grande parte das pessoas ouvidas no estudo entender que é preciso se planejar para alcançar seus objetivos, 74% delas não têm uma reserva financeira total para este fim, ou seja, não guardam todo o dinheiro necessário para realizar esse sonho”, explica. Três em cada dez entrevistados (35%) não sabem quando irão concretizar seus sonhos de consumo. Em 21% dos casos, as pessoas acreditam que a realização deve levar entre um e três anos. Por fim, 11% dos entrevistados acreditam que seus desejos nunca vão se tornar realidade.
A pesquisa ainda mostra que existe uma grande dependência da tomada de crédito para a realização dos sonhos de consumo. Somando os entrevistados que não guardam dinheiro e contam somente com o crédito (12%) e aqueles que parcelam parte do gasto (12%), a pesquisa revela que dois em cada 10 entrevistados precisam de financiamento para realizar o seu sonho de consumo. Ao mesmo tempo, existem diferenças quando analisado o perfil socioeconômico dos entrevistados: enquanto as viagens são os sonhos de consumo mais desejados por 47% das pessoas das classes A e B, o percentual cai para 30% entre os pertencentes às classes C, D e E. Frequentar bons restaurantes também aparece com menos frequência entre os desejos dos consumidores mais abonados, citado por 11% entre os entrevistados das classes A e B, mas este percentual aumenta para 16% das classes C, D e E. Para os economistas do SPC, os dados parecem indicar que itens de menor valor estão entre os anseios dos consumidores com menor poder aquisitivo.