Batento recorde mais uma vez, o volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 1,044 trilhão em maio, segundo o Banco Central (Bacen). O valor equivale a 36,5% do PIB (Produto Interno Bruto) ante 36,2% em abril deste ano e 31,9% em maio de 2007. O Bacen informou que a demanda por operações de crédito em maio se manteve aquecida principalmente por empresas na modalidade de capital de giro. Empréstimos para pessoas físicas seguem estimulados pelas condições favoráveis do mercado de trabalho.
No entanto, para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Bacen, a tendência é de acomodação dos financiamentos para pessoas físicas. “Estamos observando, principalmente quando se excluem as operações de leasing destinadas à aquisição de veículos, que há uma certa desaceleração nessa taxa [de crescimento do volume de crédito]”, disse Lopes. Segundo ele, o crédito para pessoa física, excluídas as operações de leasing, cresceu 1,4%, “o que é uma taxa baixa”.
Lopes disse que essa tendência se manteve neste mês, até o dia 12, quando o crescimento foi de 1,3%. “Tem uma clara acomodação no crédito à pessoa física, principalmente o crédito pessoal, e, por outro lado, uma elevação no crédito à pessoa jurídica”, acrescentou. No caso das pessoas jurídicas, disse Lopes, a característica é a captação de grandes empresas, que estão deixando as operações de mercado de capitais (ações) para buscar crédito no sistema financeiro. Ele acredita que pode haver mais algum aumento das taxas por conta das elevações da Selic, atualmente em 12,25% ao ano, em 2008.
Mesmo com essas mudanças, Lopes mantém, pelo menos por enquanto, a projeção de crescimento do volume do crédito em relação ao PIB de 40% no ano. “Até porque essa nova composição que estamos observando garante essa relação crédito-PIB de 40%. Evidentemente, isso é uma projeção que pode ser revista mais à frente”, acrescenta.
O Banco Central também registrou elevação de 7,1% para 7,3% na taxa de inadimplência para pessoas físicas. Para as empresas, a taxa ficou estável em 1,8%, em maio. Na média, a inadimplência manteve-se em 4,2%. “Na média, a inadimplência tem-se mantido estável, mas estamos observando pequena elevação para pessoa física. Temos que observar um pouco mais para ver se essa é uma tendência que se confirma”, conclui.