A casa meio cheia

Ser otimista em tempos difíceis é algo para poucos. Mesmo com a crise econômica atual e suas conseqüências – recessão, aumento de taxas, juros e impostos maior que o reajuste salarial, risco de desemprego, entre outros -, alguns encontram motivos para continuar acreditando que seu setor pode ser uma exceção no quadro atual. É o caso do presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, embasado nos números de 2014, ano fechado com alta de negócios realizados. “Acredito que vamos, pelo menos, praticar os mesmo números alcançados no ano passado. Inclusive, com possibilidade de crescimento”, conta.
Ele explica que os negócios só diminuíram no ano passado, da forma que foi, pelas condições atípicas que o País passou, com Copa do Mundo e Eleição. “Até porque, foi uma eleição muito traumática e muito complicada no ponto de vista das previsões da política econômica. Houve determinado momento que não se sabia quem seria eleito, e quem vai investir em um ambiente desse? A partir do momento que as coisas se assentarem, acredito que vamos ter uma retomada nos negócios. Não nos níveis que tínhamos anteriormente, mas, com certeza absoluta, nós não vamos estar em situação de declínio ou desvalorização”, comenta Vieira.
O presidente também acredita que as empresas de crédito serão mais seletivas quanto à qualidade do cliente, já que é preciso ter cuidado com o comprometimento da renda ao adquirir um financiamento, podendo gerar um endividamento no setor com menor índice de inadimplência. E, apesar de não vislumbrar uma medida de abertura de crédito neste momento, José Augusto apresenta algumas opções para o mercado. “Para aquecer o setor, eu creio que precisaríamos ampliar o percentual de financiamento no preço do imóvel. Ou seja, em alguns casos, poderia haver o financiamento de 100% do valor, a fim de atender um número maior de pessoas. Outra coisa seria o programa ‘Minha casa, minha vida’ ser aberto para os imóveis usados, não somente os novos, pois o número de usados vagos é muito grande. Com isso, seria reduzido o déficit habitacional sem ter que aguardar a produção, pois esta está aguardando infraestrutura – que não tem – para produzir tudo o que precisa”, conclui.

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