A análise de crédito realizada antes da concessão de crédito tem como objetivo verificar a real possibilidade de retorno do cliente no futuro, para minimizar os riscos inerentes ao processo. Porém, se o critério não for rigoroso, os erros podem ser grandes, segundo Diego Lee Rondon, coordenador de financiamento da Sotaque Consultoria. “O banco pode, por exemplo, acabar concedendo crédito do Minha Casa Minha Vida para pessoas que burlam renda. Logo a atenção na liberação final do recurso do financiamento deve ser redobrada. Acreditamos que uma análise de crédito correta é aquela que preza pelos conceitos primordiais de viabilidade de crédito, ou seja, é uma análise que segue a rigor as normas e políticas de crédito utilizadas pelos bancos”, explica o especialista.
Mas, quais os critérios a serem utilizados para a realização dessa análise? Segundo Rondon, deve ser considerado o valor médio do rendimento mensal de cada cliente, de modo que a prestação paga pelo consumidor não exceda 30% do valor médio de seu rendimento mensal. “Todos os dados cadastrais do cliente também são validados na hora de conceder o crédito assim como: profissão, local de residência, tempo no emprego atual, empresa onde trabalha tipo de emprego, se é servidor público, celetista, funcionário de empresa privada, etc. Todos esses dados são cruzados no sistema e no fim temos o resultado final da aprovação”, explica. Segundo ele, existem vários fatores que impossibilitam uma análise de crédito eficiente, um deles é a não apresentação da documentação adequada, ou quando os proponentes possuem restrições no Sistema de Proteção ao Crédito.
O especialista ressalta que, apesar dos modelos utilizados pelos bancos atingirem seus objetivos, ainda pode haver sérias falhas no processo. “Pode ocorrer muita análise subjetiva no mercado, onde o gerente pode influenciar em um valor maior de crédito para o cliente sem, no entanto, se preocupar com a norma padrão e a política vigente no banco. Quando a análise de risco não é feita corretamente o principal impacto é ter uma carteira de clientes inadimplentes”, conclui.