De janeiro a outubro de 2015, o número de recuperações judiciais subiu cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da consultoria e corretora de seguros Aon. Isso pode estar acontecendo porque no atual panorama econômico, com crescimento da inflação, aumento nas taxas de juros, disparada do dólar e alta do desemprego, o consumo vem caindo e as empresas têm dificuldade para equilibrar seus caixas, chegando ao ponto de recorrer a medidas extremas para continuar em operação. Os números de mercado relativos aos estabelecimentos devedores também chamam atenção, pois, atualmente, são quatro milhões de empresas inadimplentes, ou seja, quase a metade das que estão em operação no país, que totalizam 7,9 milhões.
Para Magno Guimarães, gerente de produtos financeiros da Aon, esses dados refletem não somente o momento da crise pelo qual passa o país, mas também a falta de preparo das empresas para manter a competitividade e evitar grandes perdas. “É preciso fazer um planejamento de longo prazo”, recomenda Guimarães.
Seguros
Em função da necessidade de proteção, as empresas acionam mais o seguro: a sinistralidade das apólices para os casos de inadimplência no período de junho de 2014 a junho de 2015 foi de R$ 749,9 milhões, o equivalente a 97% dos prêmios contratados no mesmo período para seguros de crédito e de responsabilidade, R$ 764,3 milhões, afirma a Aon. O que, no entanto, não tem impactado o setor de seguros de forma negativa. “A expectativa é que, mesmo com o aumento da sinistralidade, o mercado se mantenha estável e aberto para a contratação de novas apólices”, complementa Guimarães.