Com o objetivo de encontrar estratégias para evolução do segmento, executivos do Brasil, Argentina, Paraguai, Peru, Colômbia e México discutiram os dados apresentados durante o 5º Intercâmbio das Associações de Crédito e Cobrança da América Latina, promovido pela LatinCob, entidade que reúne as empresas de cobrança da América Latina e pelo Instituto GEOC. O evento apontou boas perspectivas para os países da América Latina.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional os países da América Latina devem crescer seis vezes mais que a Europa, com a expectativa de fechar o ano vigente com crescimento de 3,4%, enquanto a Europa deve ter retração de 0,3%. Para 2013 o cenário deve melhorar. O FMI acredita que os países europeus cresçam 0,7%, enquanto a América Latina deve chegar a 4,2% – o Brasil ficará um pouco acima dessa média, com 4,6%, aponta o Fundo.
No evento, o professor do Ibmec, João Alberto de Seixas, também tracejou um retrato sobre o cenário do crédito nos países latino-americanos. “Os juros reais têm caído na América Latina, não há risco de bolha e existem mais pessoas consumindo. Em compensação, a região ainda sofre com a pouca educação financeira. Há uma euforia de consumo e as famílias não analisam o custo total da propriedade, como impostos, manutenção e despesa adicionais. Por isso o risco da inadimplência é alto”, avalia.
No Brasil, Seixas evidencia que o não pagamento de dívidas da pessoa física atingiu níveis recordes e está em 7,8%, enquanto na Argentina esse número não passa dos 2%. Mas, há quem veja a situação por outro ângulo. Luciano Nicora, representante da recuperadora de crédito VN BPO do país vizinho, também presente no evento, não vê os números de forma tão positiva. Ele explica que essa estatística é baixa devido à concessão de crédito não ser tão expressiva quanto no Brasil. “O ideal seria que os argentinos tivessem tanto acesso ao crédito quanto os brasileiros. Seria saudável para nossa economia”, acredita.
Para finalizar, o professor do Ibmec deixou um conselho para as empresas de recuperação de crédito que visitaram o Brasil. “Para atender a crescente demanda, é fundamental que invistam em tecnologia. O ideal seria diminuir para 5% o tempo de ociosidade dos operadores e existem ferramentas apropriadas para isso. O uso de SMS para contatar clientes, a exemplo do que fazem as recuperadoras brasileiras, também é uma tendência que deve ser seguida e implantada o quanto antes”, conclui Seixas.