Por ser de uso restrito, usado dentro da loja emissora, o cartão de loja movimenta um volume financeiro menor do que outros segmentos do mercado de cartões, como os de débito e crédito. “Em 2011, os cartões de loja tiveram um crescimento de 15% no volume financeiro movimentado em relação a 2010. A modalidade registrou R$ 54 bilhões em compras. Na mesma comparação, os cartões de débito cresceram 27%, com R$ 207 bilhões, e os de crédito 22%, com R$ 382 bilhões”, aponta Boanerges Ramos Freire, Presidente da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro.
Mesmo diante desses números e da escala menor de crescimento, o executivo afirma que os cartões de loja continuam em expansão no Brasil. Ele acrescenta ainda que, apesar da natural transição dessa modalidade para o tipo cobranded, o cartão de loja ainda continua sendo um importante instrumento de aproximação do varejista com o seu cliente. “Havia até uma previsão no mercado de que este tipo de plástico pudesse desaparecer com o surgimento do modelo de uso aberto, ou seja, a transformação destes cartões em cartões híbridos ou cobranded. Muitos acreditavam que 100% dos cartões de loja seriam transformados em híbridos, mas isto não aconteceu e provavelmente não acontecerá porque o cartão de loja puro continua sendo um instrumento relevante e importante para o varejo conhecer o cliente”, enfatiza.
Para reforçar essa idéia, Boanerges crê que o cartão de loja não irá desaparecer porque sempre se encontram motivos, entre consumidores e lojistas, para a sua manutenção como modalidade de pagamento, por mais que as grandes lojas de varejo já ofereçam o cobranded. “Alguns dos maiores emissores de cartões de loja do Brasil, como a C&A, por exemplo, já migraram cerca de 50% de sua base de cartões de loja para o cobranded. Na média, quase todos os grandes usuários de cartões de loja já têm, pelo menos, 25% de seus cartões atuando desta maneira. Além disso, muitos grandes varejistas, como as Casas Bahia, já iniciaram seus programas de cartões com o modelo cobranded. Apesar disso, o que o mercado tem revelado é que os cartões de loja não vão desaparecer. Isto porque tanto os consumidores como os lojistas encontram argumentos convincentes para manter os cartões puro ativos”, comenta.
O gestor termina reafirmando a importância do cartão de loja para o varejo e a tendência de que esse tipo de benefício seja atrelado a outros serviços financeiros, em um momento de plena revitalização desse setor. “O cartão de loja é um veículo importante para o varejista ampliar e aprofundar o relacionamento com o cliente, por isso, ainda pode crescer muito dependendo de como o varejista decidir administrar este negócio. O mercado vive um momento de reestruturação destes modelos e ainda há muito a ser criado tendo como base os cartões de loja”, identifica.