Em entrevista exclusiva ao Portal Crédito e Cobrança, Augusto Mello, superintendente-executivo de Cobrança do HSBC, fala sobre como a nova ferramenta pode estimular o relacionamento da empresa com os clientes e também sobre os impactos para a economia do País.
Qual a sua opinião sobre o cadastro positivo?
O cadastro positivo estabelece um novo marco no processo de concessão de crédito no mercado financeiro do Brasil. Irá permitir a análise da qualidade do histórico de crédito dos clientes, propiciando uma melhor prestação de serviços, com a aplicação de taxas de juros mais adequadas a cada caso, e com isso, a redução das taxas no mercado como um todo.
O cadastro positivo estabelece um novo marco no processo de concessão de crédito no mercado financeiro do Brasil. Irá permitir a análise da qualidade do histórico de crédito dos clientes, propiciando uma melhor prestação de serviços, com a aplicação de taxas de juros mais adequadas a cada caso, e com isso, a redução das taxas no mercado como um todo.
De que forma o cadastro positivo impacta no cotidiano da empresa?
A empresa terá que atender os clientes que desejarem participar do cadastro. Com isso será necessário esclarecer a toda a instituição o funcionamento do cadastro, do processo de autorização a ser dado pelo cliente e, quando tivermos um histórico adequado, aprimorar os processos relacionados aos serviços de crédito aos clientes.
E com relação aos clientes, o cadastro positivo ajuda na relação da empresa com os seus clientes e na prospecção de novos negócios? De que maneira?
Esta nova ferramenta vai auxiliar muito na relação com os clientes e em novos negócios. Hoje temos somente informações comportamentais de clientes com problemas de crédito. Com o cadastro positivo será possível identificar quem são os clientes com bom histórico de pagamentos. O brasileiro preza por seu nome e com a implantação do cadastro passará a se beneficiar da relação com as instituições financeiras ao demonstrar que é um bom pagador no mercado.
Que ações a empresa têm adotado perante o cadastro positivo?
Estamos acompanhando desde o início a elaboração desta nova legislação. Agora precisamos que a regulamentação seja definida, o que deverá ser feito pelo Conselho Monetário Nacional. Com isso saberemos como irá funcionar o cadastro e poderemos ajustar nossos processos para atender a legislação e os clientes.
A Instituição espera diminuir o número de devedores com o cadastro positivo?
Sem dúvida a médio e longo prazo a diminuição do número de devedores deve ser um efeito do cadastro positivo. Isso ocorrerá em duas vias: as instituições concederão crédito com base em informações reais sobre a capacidade de pagamento dos clientes, e por outro lado, os clientes perceberão as vantagens no seu bolso de ter um comportamento correto com relação as suas dívidas.
Se pensando no futuro, quais as perspectivas para a empresa perante o cadastro positivo? Haverá mudanças?
Diversos processos deverão ser atualizados para atender a legislação, assim como novas formas de capturar e consolidar as informações financeiras dos clientes deverão ser criadas, cumprindo os requisitos legais de sigilo e demais regulamentações a que estamos sujeitos. Mas esta é apenas metade das mudanças. Por outro lado, precisaremos também criar formas de utilizar as informações dos clientes para processos de crédito e de CRM, para que possamos efetivamente tirar vantagem destas informações ao prestarmos os serviços mais adequados aos clientes. Em outro aspecto, com base nas experiências vividas por outros países que implantaram o cadastro positivo, houve um aumento no volume de crédito no País. Assim a expectativa é que iremos fazer mais negócios.