Estudo da Serasa Experian aponta que 2,5 milhões de micros, pequenas e médias empresas brasileiras passarão a ter acesso ao crédito no país, com a inclusão automática no Cadastro Positivo. Esse número representa 23,6% do total das MPMEs ativas na Receita Federal e não negativadas (10,6 milhões). Apesar de não estarem ou não terem ficado negativadas nos últimos 12 meses, essas empresas podem não estar incorporadas ao sistema financeiro por apresentarem pontuação (score) baixa nos modelos de análise de crédito atuais, devido à insuficiência de informações sobre seus históricos de endividamento e de pagamentos de compromissos em dia, o que pode prejudicar a adequada visibilidade e análise de sua capacidade de pagamento no momento da concessão de financiamentos.
A partir de simulações baseadas em modelos estatísticos próprios de score, a Serasa Experian apurou ainda que a inclusão no Cadastro Positivo dessas MPMEs – entre as quais estão 2,0 milhões de micros e pequenos negócios e 500 mil médias empresas – pode resultar em uma injeção de recursos na economia do país da ordem de R$ 180 bilhões. A expansão projetada é de 35% para a carteira de crédito PJ destinada a empreendimentos destes portes, que atualmente totaliza R$ 512 bilhões segundo o Banco Central. A perspectiva é de que esse processo venha contribuir também para uma queda da taxa de juros para aquelas empresas que já têm acesso ao mercado.
“O crédito é vital à manutenção e à evolução de negócios de todos os portes. No entanto, micros e pequenos empresários, que já estariam elegíveis à contratação de empréstimos e financiamentos, ainda se deparam com o desafio de se habilitarem formalmente para usufruir de propostas mais adequadas aos seus perfis. A aprovação do Cadastro Positivo pode contribuir positivamente para mudar esse cenário, ao estabelecer no Brasil um sistema de referência internacionalmente adotado, que permite conhecer e entender o comportamento financeiro de consumidores e empresas, e promover o uso consciente desse recurso e o crescimento sustentável do mercado de crédito”, afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.