Cadastro positivo estimula expansão do crédito



O bom pagador paga pelo mau, na atual conjuntura do mercado brasileiro, porque o risco de inadimplência é repassado a todos os que procuram crédito, gerando elevação genérica nas taxas de juros. “A solução é o cadastro positivo de crédito, que, simultaneamente, oferece maior segurança aos que vendem ou emprestam e amplia a capacidade de consumo”, pondera Roque Pellizzaro Júnior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

 

Para o executivo, o cadastro positivo é uma metodologia moderna de conceder crédito. “O comportamento financeiro do cliente é analisado a partir de informações compartilhadas entre os diversos setores da economia. O que se considera é o relacionamento financeiro dos consumidores, valorizando-se os fatos positivos, ou seja, os pagamentos honrados, e não as eventuais restrições, isto é, os débitos não honrados”, conta Pellizzaro Júnior.

 

A crise financeira mundial abalou os pilares do crédito. Todavia, na opinião do presidente da CNDL, a expansão prosseguirá, em especial no Brasil, em razão da ampla demanda reprimida. Entre as restrições a um crescimento mais rápido e em maior escala, constam as altas de juros e os riscos de inadimplência. “Se o primeiro aspecto é dependente da política econômica do Governo Federal e das diretrizes do Banco Central, o segundo pode ser resolvido por intermédio de quem financia o consumo no Brasil – o próprio varejo.”

 

Em operação em 19 países – entre os quais os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul -, o cadastro positivo pode ser uma evolução para o varejo. “Nos EUA, o pequeno varejo experimentou redução de 38% na inadimplência após implantação”, destaca Pellizzaro Júnior. O Cadastro Positivo também será extensivo às pessoas jurídicas e facilitará o acesso das empresas de micro e pequeno portes aos financiamentos.

 

Estudo do Banco Mundial mostra que, antes do Cadastro Positivo, em cada 100 mil pedidos, cerca de 13 mil bons clientes eram rejeitados, porque a análise só continha informações restritivas. Nas consultas mais amplas, as micro e pequenas empresas chegam a aumentar em 13% o acesso a financiamentos. A classe ´C´, de maior representatividade na pirâmide social do país, é a que enfrenta as maiores dificuldades em comprovar renda, pelo alto grau de informalidade, seja entre os trabalhadores ou microempresários.

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